Passageiros se aglomeram em mais um dia de caos no BRT Reprodução

Por O Dia

PINGO NO I. Coluna Isabele BenitoReprodução

Dona Maria Enriqueta precisa de ajuda para comprar remédios. Coluna Isabele Benito Reprodução

BRT, 8 da manhã de uma quinta-feira de pandemia.

Um ano após o mundo oficializar o caos e o Brasil bater o maior número de mortos até então, esse foi mais um dia de ônibus articulado na Zona Oeste.

Humilhação em dias normais, desumano no auge que vivemos. A foto é de um vídeo em que a porta quase não fecha!

Um homem grita no meio da muvuca:

“Olha como é a nossa vida, pode aglomerar não, né?! Mas pobre é obrigado.”

Uma mulher mal consegue segurar a bolsa e desabafa: “sorte ainda é conseguir embarcar.”

Essa coluna já vem denunciando os problemas há mais de um mês... Anos de sucateamento, que levaram ao limite o principal transporte da Zona oeste.

O acidente de anteontem foi causado, mas a lotação piorou tudo!

“O problema é antigo e sabido! Usei o BRT vindo da Barra para Jacarepaguá por 5 anos. Os últimos 4 já eram assim. Na pandemia piorou, porque tiraram ônibus e acabaram com os que faziam trajetos expressamente”, conta um passageiro.

A situação chegou ao ponto da gente sugerir aqui: ou melhora radicalmente, ou para de vez.

3,2,1... É DEDO NA CARA!
PINGO NO I
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Xiii, pelo jeito lá pelas bandas de Acari tem esse negócio “modernidade” não, hein...

A foto foi tirada dentro da favela de Acari e segundo que tá escrito, pronome neutro não rola... É menino ou menina, não tem essa de “menine”!

Bora colocar o Pingo no I...

Ninguém sabe quem escreveu e se foi ordem de alguém, só que nada deve se resolver na base da paulada, ainda mais quando se trata de identidade e liberdade de expressão!

Mas por via das dúvidas, é melhor não arriscar... Tô “fore”!
VAI FICAR BONITO!
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“Eu tô até emocionada de estar pedindo ajuda...”

Dona Maria Enriqueta Pires, de 70 anos, é moradora de Caxias e me parou para pedir socorro. Ela, que há quase 50 sofre com o lúpus, desde novembro ainda convive com as consequências da Covid, que a deixou internada, no oxigênio do Hospital Moacyr do Carmo.

A senhora, que como mostra a foto já é debilitada, precisa de uma lista de medicamentos, mas não tem de onde tirar dinheiro! Pra ter noção, só de bombinha, por causa da asma e de 3 tuberculoses que teve, são 3 por dia!

“Eu recebo um salário do LOAS e pago 600 de aluguel. O que resta é pra sobreviver. Antes da pandemia, eu ainda conseguia correr atrás, mas e agora?” pergunta ela.

Eita país difícil pra ser velho...

A coluna vai fazer de tudo pra tentar ajudar Dona Enriqueta e inclusive está em contato com a prefeitura de Caxias, que já se comprometeu a resolver o problema. Tudo para que ela tenha seus remédios e também sua dignidade de volta.

Se você me perguntou se tá feio ou tá bonito... Tem que ficar lindo! Pra ela, por ela, e tenho dito.