Por paola.lucas

Niterói - Completou um mês a greve parcial em 41 unidades de ensino estadual na cidade. Como tudo que já vai mal ainda pode piorar, a expectativa agora é de ‘quando e se’ as escolas municipais também farão adesão. Cerca de 70% dos educadores da rede estadual já estão fora das salas de aula.

Professores da rede estadual se reúnem na escadaria da CâmaraDivulgação

Para aproximar a sociedade das questões que levaram a essa greve, hoje, às 10h, no Campo de São Bento acontece um ato cultural realizado pelos próprios professores da rede estadual. Durante a apresentação eles pretendem trabalhar a situação que enfrentam diariamente nas salas de aula em apresentações de esquetes teatrais.

Entre as reivindicações de ambas esferas, se destacam o não aumento da contribuição da Previdência Social (que passaria de 11% para 14% este ano) e o cumprimento do reajuste salarial de acordo com a inflação, uma vez que os professores alegam perda salarial de 15,08% nos últimos dois anos.

Alunos das unidades públicas também reivindicam suas pautas e já ocuparam as ruas. Eles exigem melhorias estruturais e apoiam os professores.Reprodução Internet

Representantes do Sepe, da Fundação Municipal de Educação (FME) e da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (SEMECT) se reuniram na última terça para debater as demandas da categoria. 

Coordenador do Sepe em Niterói, Diogo de Oliveira diz que o encontro garantiu o cumprimento de apenas uma das dez pautas colocadas (a abertura de novos concursos públicos para a área).

Em nota, a SEMECT diz que agendou mais duas reuniões para tratar todas as pautas e se comprometeu a intermediar uma reunião entre os representantes das categorias e o Prefeito Rodrigo Neves. E apesar do difícil momento econômico enfrentado pelo país, a Secretaria de Educação diz que o planejamento para este ano será rigorosamente cumprido.

Professora da Escola Municipal Altivo César, Renata Vale questiona, principalmente, a carga horária de sua categoria, que não cumpre o planejamento de 1/3 das horas semanais fora das salas de aula.

“Preciso de tempo para corrigir redações, trabalhos e provas de 90 alunos. Esse tempo não é considerado e no final, trabalho de graça em casa”, esclarece Renata.

Em relação à rede estadual, o Sepe diz que a adesão à greve em Niterói está em 70%, já a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) afirma que a adesão em todo o estado é de 3% dos 82 mil servidores. Em nota, diz lamentar a decisão do Sepe de iniciar uma greve. “Essa atitude, no atual e conhecido difícil momento econômico, somente prejudica os alunos dos professores que aderiram”, diz o texto. 

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