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A luta contra o racismo ganha ainda mais força e visibilidade. Com intuito de reforçar a história do marinheiro que viveu em São João de Meriti e liderou a Revolta da Chibata, em 1910, a Associação dos Amigos do Museu Marinheiro João Cândido acaba de inaugurar sua própria sede.

"Com sede própria, a associação visa valorizar, resgatar e contribuir para a implementação do Museu Marinheiro João Cândido", adianta o presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB/SJM, Evandro Aleluia. Ele ainda acrescenta que está engajado no propósito de tornar o marinheiro um herói nacional.

O almirante João Cândido ficou conhecido porque, até 1910, a Marinha costumava punir os marinheiros com castigos físicos, como chibatadas. Na época, o marinheiro Marcelino Rodrigues foi condenado a 250 chibatadas, após ser acusado de ferir um superior, a bordo do encouraçado Minas Gerais.

Os outros marinheiros, então, se revoltaram e iniciaram o movimento que ficaria conhecido como a Revolta da Chibata. João Cândido liderou a rebelião e redigiu uma carta na qual os revoltosos exigiam o fim dos maus-tratos. Ao término da batalha, ele ficou conhecido como o Almirante Negro, mas acabou expulso da Marinha.

Cândido se mudou para São João de Meriti nos anos 1930. Morou em Vila Rosali e Agostinho Porto e, depois, no Parque Alian, onde morreu, vítima de câncer, em 1969. A família está emocionada com mais uma homenagem ao Almirante Negro. "É bom ver que meu pai deixou um legado e sua história é lembrada. É uma honra para nós", vibra Adalberto Cândido, filho de João Cândido.

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