Hemerson da Silva Santos faz a cabeça de suas clientes
Hemerson da Silva Santos faz a cabeça de suas clientesARQUIVO PESSOAL
Por O Dia

Um morador de Nilópolis tem apenas 21 anos e já está fazendo a cabeça da mulherada. E não é romanticamente, não! Hemerson da Silva Santos, mais conhecido como Mestre dos Cachos, virou referência no município após se especializar no tratamento de cabelos crespos e cacheados. Seu trabalho diferenciado fez com que se tornasse ícone no segmento, atingindo a marca de mais de 600 mil seguidores no Instagram, mais de dois milhões de curtidas no Facebook.

"Eu ganhei uma lata de tinta preta e pintei as paredes do meu quarto, fiz uma espécie de estúdio. Então, comecei a dividir com os meus seguidores os problemas que as minhas clientes passavam por conta do cabelo: muitas não se achavam bonitas e tinham depressão, outras sofriam com brincadeiras racistas, mães relatavam que as filhas sofriam bullying na escola e perdiam a vontade de estudar. Eu ouvia tudo aquilo e me empenhava ainda mais para trazer a alegria delas de volta, conversava muito com cada uma delas e oferecia um serviço de excelência. Comecei a entender que muitas mulheres poderiam estar passando pela mesma situação e resolvi resgatar a autoestima delas, mesmo de longe, só com palavras. Esta corrente de apoio e respeito as mulheres foi crescendo", explica o empreendedor.

O sucesso foi tanto que o Mestre dos Cachos chamou atenção de celebridades, como Adriana Bombom, Babu Santana, Roberta Rodrigues e Bruna Gonçalves (esposa da Ludmila): "Nunca imaginei estar perto destas pessoas que eu sempre admirei. Foi um reboliço na minha Cidade, algumas pessoas chegaram a pensar que eu estava rico por estar atendendo artistas, que o valor do meu tratamento ia aumentar. Mas nada mudou, continuo sendo a mesma pessoa de sempre e grato por cada oportunidade", afirma.

Mas a vida do Mestre dos Cachos não foi feita só de vitórias. O jovem, que hoje é requisitado por celebridades da TV e considerado um digital influencer, já trabalhou como monitor de pula-pula, carregador de caixa e de pallets de biscoito.

"Sempre tive um sonho de dar uma vida melhor para minha mãe e para a minha avó. Sempre fui apaixonado por este segmento de beleza e vislumbrei dias melhores trabalhando com cabelo. Resolvi estudar, me aprimorar. Por muito tempo, bati de porta em porta para mostrar o meu trabalho. Na época, cobrava R$ 20 por cada cabelo nos becos e vielas das comunidades do Rio. Hoje, graças a Deus, estou colhendo os frutos da minha dedicação", lembra.

Foi no quintal da casa da avó materna que o Mestre dos Cachos montou o próprio salão. Crianças, mulheres e homens se deslocam de toda parte até Nilópolis para fazer o cabelo com ele. A procura é tão grande que não tem hora marcada: o atendimento é feito por ordem de chegada e, às 5h da manhã, já é possível ver uma fila de clientes na porta do salão improvisado que, em breve, terá um novo endereço.

"Consegui, com muito sacrifício, adquirir uma casa velha no meu bairro. Mas a luta continua, vou ter que trabalhar muito para conseguir reformar o local e, finalmente, me mudar. Não vai ser agora, eu sei disso. mas já estou feliz em dar mais um passo e mais ainda por imaginar que a minha mãe e minha avó também terão mais privacidade", revela Hemerson, que já tem pedidos de clientes fora do Estado do Rio que sonham em ser atendidas por ele.

E ele não para de empreender. Com o intuito de oferecer, cada vez mais, um atendimento completo para as clientes, o jovem desenvolveu a própria linha de produtos, com shampoo, condicionador, hidratação, creme de pentear, gelatina e reparador de pontas.

"Tenho também tratamentos naturais que são para as clientes que optam por não terem cabelo com química. Todas as linhas foram desenvolvidas para cada tipo de necessidade e é um sucesso", aponta, orgulhoso.

Mas não é só em cabelos que Hermerson pensa, sempre que pode o cabeleireiro faz pequenas ações sociais em prol de pessoas menos favorecidas, como oferecer massagem capilar em troca de 1 quilo de alimento não-perecível, distribuir quentinhas para os moradores de rua: "Não tenho muito, mas se eu ia comer dois salgados, como um e dou o outro para o morador de rua. Aprendi a dividir o pouco que tenho. Peço doações para amigos e clientes para montar cestas básicas e doar. Gostaria de fazer muito mais pelo meu próximo e tenho certeza de que um dia eu vou conseguir", sonha o jovem.

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