Por bianca.lobianco

Rio - Quando o chef Júlio Lima anunciou o Restaurante Oceano como vencedor do concurso gastronômico do evento em Mangaratiba, no sábado à noite, a proprietária Tania David pulou abraçada com as funcionárias. Levou uns instantes até chegar ao palco e pegar o troféu, uma espécie de “Master Chef” local. A escolha foi feita após a análise de comissão de cinco chefs do Senac RJ, que avaliaram apresentação, criatividade, sabor, temperatura e atendimento.

O prato vencedor é uma caldeirada de frutos do mar feita com congro negro, lula, polvo e mexilhão. Receita de Edgar David, avô de Tania, que se aposentou da Aeronáutica em 1956, se mudou para Mangaratiba e se dedicou à sua paixão pela a gastronomia ao inaugurar o restaurante, na orla da cidade. Edgar morreu em 2011 enquanto dormia, aos 92 anos, vítima de parada respiratória. Mas deixou a receita como legado. “Ganhar esse concurso é a maior homenagem que eu poderia fazer a ele”, diz Tania, que passou a administrar o restaurante após a morte do avô.

Receita vencedora foi legado deixado por fundador de restauranteHerculano Barreto Filho / Agência O Dia

Quem ficou com a responsabilidade de dar continuidade à receita foi a cozinheira Lilian da Silva Gomes, há 13 anos na cozinha do Restaurante Oceano. Mas tudo que ela aprendeu foi na prática. “Antes de trabalhar no restaurante, eu só fazia arroz, feijão e frango. Agora, sei fazer caldeirada, moqueca e salmão. Mas nunca fiz um curso de gastronomia”, diz.

Uma realidade que pode ser modificada com a possível chegada da unidade móvel, uma cozinha com 14 metros quadrados do Senac RJ, que circula por lugares onde não há unidades fixas.“Esse evento mostrou que há a necessidade de uma visão mais profissional da gastronomia. Mexeu muito com a responsabilidade profissional de cada um deles. Você viu a alegria durante a premiação?”, perguntou o chef Júlio Lima.

Você pode gostar