Por gabriela.mattos

Rio - Três milhões de trabalhadores do Grande Rio levaram 2h21 minutos diariamente nos deslocamentos entre casa, trabalho e casa, em média — cerca de 22 dias no ano todo tirando um mês de férias e 11 minutos a mais por dia em 2013 do que em 2011. Estudo divulgado pela Firjan ao DIA aponta ainda que o tempo perdido representa, economicamente, um custo de produção sacrificada superior a R$ 24,3 bilhões, equivalente a 6% do PIB metropolitano — em 2011, representou R$ 19,6 bi.

O número daqueles que perderam mais de 30 minutos no trânsito, na Região Metropolitana, subiu 4,7% (135 mil pessoas) frente a dois anos atrás, quantidade maior do que a população de Resende, no Sul Fluminense, em 2013 (123,4 mil habitantes).

“Entre 2013 e junho de 2014 foi o período mais intenso de obras de BRTs na capital e alterações de trânsito, o que influencia bastante no aumento do tempo dos deslocamentos”, avalia Riley Rodrigues, gerente de Estudos de Infraestrutura da Firjan.

Japeri, na Baixada, onde 89% da população com carteira assinada trabalham em outras cidades, é o município de onde os trabalhadores continuam apresentando maior tempo de deslocamento no estado, com 3h06 — em 2011, eram 2h52. Já Itaguaí, também na Baixada, segue sendo a cidade-origem de onde as pessoas sofreram menos no vaivém diário, com 2h03 — há dois anos, eram gastos 1h54.

A capital, que concentrou 53,1% da população ocupada com deslocamentos acima de 30 minutos, teve média de 2h14 — 10 minutos a mais que em 2011.

De acordo com Riley Rodrigues, Japeri enfrenta a pior situação devido à falta de empregos locais, já que a maioria das pessoas trabalha em outras cidades, e também à distância até o Rio (71 km de ônibus ou 54 km de trem). Segundo ele, 55 mil viagens são realizadas por dia, a trabalho, dentro de Japeri, enquanto 65 mil saem de lá para a capital.

“A solução não é só construir infraestrutura de transporte. A saída é desconcentrar os empregos, ter uma política de desenvolvimento para atrair empreendimentos para esses municípios,criando novas frentes de emprego locais e reduzindo, assim, as necessidades de deslocamento”, diz Riley.

O coordenador-executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental, Vicente Loureiro, afirma que o plano diretor que indicará as possibilidades de novas configurações da região será concluído até o fim de 2016 e encaminhado à Alerj até março de 2017.

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