Por bianca.lobianco
Rio - A crise econômica já afeta a renovação da frota do transporte coletivo no país. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) apontam que a produção de ônibus sofreu queda de 47,52% em dois anos, caindo de 32.693 veículos fabricados em 2013 para 17.157 em 2015. De janeiro a setembro de 2016, foram produzidos 10.718 coletivos, contra 13.349 no mesmo período do ano passado — retração de 19,70%.
Justiça quer 100% dos ônibus do Rio refrigerados até o fim do anoAgência O Dia

Preocupada com os impactos no Rio, a Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado) reunirá, nesta semana, especialistas e representantes de instituições financeiras federais, da Frente Nacional de Prefeitos e da Fabus para discutir medidas que garantam a retomada dos investimentos na área.

Esse será um dos temas discutidos no 17º Etransport, maior congresso de transportes da América Latina. O evento será realizado entre 23 e 25 de
Publicidade
“A queda da produção nas fábricas brasileiras é reflexo da crise que o setor está passando. Com isso, não há renovação do sistema e há perda de qualidade (do serviço)”, afirma Lélis Marcos Teixeira, presidente da Fetranspor. Ele indica os altos índices de desemprego e a consequente queda do número de passageiros como algumas razões para as dificuldades enfrentadas pelas empresas.
Segundo Teixeira, o setor vai propor a representantes do BNDES e da Caixa Econômica Federal, que participarão do congresso, a criação de linhas especiais de financiamento, a baixos juros, para permitir não só a renovação da frota pelas empresas de ônibus, mas também a continuidade de importantes obras de mobilidade urbana pelo poder público. Ele dá o exemplo do BRT Transbrasil, que está com obras paradas desde julho — as empreiteiras alegam atraso nos pagamentos pela prefeitura.
Publicidade
O BNDES é o único banco que financia a compra de ônibus, mas, neste ano, a instituição extinguiu um programa de juros baixos, informa Teixeira. Também será discutida a importância de alternativas que não demandam gastos altos, como a criação de faixas exclusivas para ônibus.
A Justiça obrigou a Prefeitura do Rio a dotar 100% da frota municipal com ar-condicionado até o final de 2016. A pena por descumprimento é de R$ 20 mil por veículo não refrigerado. Segundo Lélis, o congresso será importante para refletir saídas para superar esse desafio.
Publicidade
Novos meios de transporte em discussão
As novas tecnologias de compartilhamento de veículos, que chegaram com força ao Brasil impulsionadas pelo Uber, serão a pauta do último painel do congresso, no dia 25, às 14h30, no auditório 1. Quatro palestrantes vão discutir como aproveitar os meios de deslocamento atuais como complemento ao sistema de transporte público e seus impactos para as cidades.
Publicidade
No dia 24, o auditório 2 receberá o Fórum RioCard. Como O DIA antecipou em outubro, será lançado um cartão na ocasião que, além de servir para embarque nos transportes, funcionará como conta bancária. Com o RioCard Duo, o usuário poderá inserir créditos para fazer compras e saques, além de receber depósitos e salário. Aproveitando o assunto, um painel, às 11h45, discutirá como atrair a ‘geração Y’ com novas tecnologias nos transportes.