Por aline.cavalcante

Nos últimos trinta e cinco anos as quadrilhas juninas da Baixada começaram a se organizarem em grupos mais estruturados e orgânicos. Com objetivos culturais e sociais em nada lembram os arraiais familiares das tradições nordestinas e mineiras. O processo de crescimento urbano levou as quadrilhas a se organizarem para crescer e criaram as Associações de Quadrilhas de Roça e de Salão.

As cidades da região promovem grandes arraiais e concursos. Os prêmios: troféu e até dinheiro.

Há também o concurso promovido pela Federação das Associações de Dança de Quadrilhas e Arraiais da Baixada Fluminense (Faquabaf). A AquaRio é a Instituição que organiza o campeonato estadual (com quadrilhas da Baixada e da capital).

Tem ainda o Arraiá da Ueraquerj que promove as quadrilhas do Rio de Janeiro e a Federação Independente dos Grupos de Dança de Quadrilhas do Estado do Rio de Janeiro (Figdquerj).

Os meses que antecedem ao período de festas, que normalmente se arrastam até o mês de agosto, desenvolvem uma indústria dos figurinos e comércio de aviamentos. Estes se adaptaram às necessidades dos festejos juninos. Costureiras já sabem que é uma festa que, ao lado do Carnaval, é ganho certo.

Figurinos são confeccionados e elaborados meses antes da festa Edson Taciano

Os figurinistas agitam-se para atender a demanda. Os grupos organizados se reúnem com antecedência para escolher os dançarinos, as coreografias, a sinhazinha e seu passista, o marcador, o enredo, roupas, músicas, alegorias e até o transporte.

Os grupos que não possuem patrocinador, buscam seus recursos. Eles promovem festas, fazem rifas, feijoada, bingo e outros eventos que possibilitem alguma renda para se manterem.

A Baixada tinha, até a década de 1970, mais de mil quadrilhas. Mas hoje não passa de 100, sem contar aquelas das comunidades e escolas.

Vejamos algumas delas: Quadrilha Fogueirão de Queimados, fundada há 21 anos; Quadrilha Corações Unidos Júnior, de São João de Meriti fundada há 33 anos; Quadrilha Acredite de Nova Iguaçu, fundada há 28 anos; Renovação Junina, também de Nova Iguaçu, fundada há oito anos; A quadrilha Araquém; Quadrilha Arraiá é o Fervo; Quadrilha A Renovação Junina; Quadrilha Arraiá do Bico Doce e muitas outras.

Estes grupos, pelo seu caráter social e cultural, são classificados como patrimônio imaterial. São elementos da cultura regional e os municípios e o estado não poderiam se eximir de oferecer todo apoio necessário para sua preservação.

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