A cultura Guarani-Mbyá é o tema da exposição que será inaugurada no Centro Cultural da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), em Petrópolis, Região Serrana do Rio, nesta quarta-feira (3). Para ressaltar a importância da língua na preservação da identidade dos povos indígenas, a exposição será bilíngue, com todos os textos escritos em Guarani-Mbyá e traduzidos para o português. A exposição intitulada “Mbyá Rekó, o jeito de ser Guarani” é um dos resultados do projeto de extensão universitária em Cultura Indígena, coordenado pelo professor Ricardo Tammela, e tem o apoio do Museu do Índio e da Associação Indígena Aldeia Maracanã.
A mostra está em sintonia com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena. É um requisito legal e importante passo para ampliar o conhecimento sobre os povos indígenas, condição para o estabelecimento de direitos, que vão muito além da demarcação de suas terras, e coloca em pauta questões relacionadas à saúde indígena e hábitos alimentares.
“Mais do que conhecer a história e a cultura indígena, particularmente sobre os Guarani-Mbyá, a relevância do projeto de extensão está no impacto que o mesmo pode ter sobre a formação dos alunos, nas áreas de saúde e gestão e, fundamentalmente, no campo da saúde, pois formar profissionais habilitados em dialogar e trabalhar com populações que consideramos vulneráveis e que trazem em sua cultura visões de mundo tão diferenciadas é importante para cumprirmos nossa missão institucional”, explica Ricardo Tammela, coordenador de Projetos e Extensão da FMP/Fase .
Os visitantes da exposição poderão conhecer um pouco sobre a cultura do povo Guarani-Mbyá, que será retratada a partir do cotidiano dos índios da aldeia Ará Rovy Re, situada no distrito de Itaipuaçu, em Maricá/RJ. Será possível, por exemplo, participar de atividades dentro de uma réplica do Opy, que é a Casa de Reza dos Mbyá, considerada essencial para a harmonia da aldeia. A mostra também abordará outras tradições indígenas, como o culto ao milho e a importância da música para a perpetuação de sua história. Ainda haverá um espaço para comercialização do artesanato, como colares de sementes e cestos de palha.
A exposição “Mbyá Rekó, o jeito de ser Guarani” ficará aberta à visitação do dia 4 de agosto de 2016 até janeiro de 2017, de segunda a sexta, das 9h às 21h, e sábado, das 9h às 18h. A entrada é franca e as escolas podem agendar visitas pelo telefone (24) 2244-6468.