Em uma disputa acirrada, cujas pesquisas eleitorais realizadas até agora apontaram para empates técnicos, tanto o corpo a corpo quanto as redes sociais podem se tornar determinantes nas urnas - Divulgação
Em uma disputa acirrada, cujas pesquisas eleitorais realizadas até agora apontaram para empates técnicos, tanto o corpo a corpo quanto as redes sociais podem se tornar determinantes nas urnasDivulgação
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - Até o último minuto de sábado (14), os nove candidatos à Prefeitura gonçalense lutaram pela preferência dos eleitores do segundo maior colégio eleitoral do estado do Rio de Janeiro. Em uma disputa acirrada, cujas pesquisas eleitorais realizadas até agora apontaram para empates técnicos e um alto número de votos nulos, brancos e de abstenções, tanto o corpo a corpo quanto as redes sociais podem se tornar determinantes nas urnas neste domingo (15). 
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Para um estreante na política, o servidor público Isaac Ricalde (PCdoB), de 35 anos, demonstrou energia e carisma. Percorreu dez bairros em dez horas nas ruas, interagindo com a população no Jardim Catarina, Itaúna, Coelho, Trindade, Alcântara, Arariboia, Almerinda e adjacências, onde se reuniu com lideranças sociais. O prefeitável mais jovem da disputa deste ano não foi o único a provar sua disposição para campanha. Em um verdadeiro mutirão de caminhadas, Capitão Nelson (Avante) percorreu mais de 30 bairros só nesta véspera do pleito. “Agradeço do fundo do meu coração a todos vocês, que levantaram a bandeira e panfletaram. Só conseguimos chegar até aqui juntos porque política não se faz sozinho. Estarei à disposição de cada um. Continuarei morando no mesmo lugar onde moro e estarei sempre à disposição do povo”, falou o vereador licenciado de 62 anos.
Aproveitando o dia sem expediente na Prefeitura, o atual prefeito e candidato à reeleição, José Luiz Nanci (Cidadania), pôde intensificar sua campanha por mais horas ininterruptas. Ele interagiu com os eleitores nas ruas, enfatizando as ações de seu governo no combate à pandemia, que mantiveram a cidade no estágio Amarelo 1. “Ninguém em São Gonçalo ficou na fila aguardando por vaga de enfermaria ou CTI. Nenhum leito ficou sem respirador e monitor. Investimos em novos hospitais, leitos, medicamentos e testes. O número de mortes ficou abaixo do estimado pelos órgãos de saúde pública", relembrou. "Nasci, cresci e continuo morando em São Gonçalo, cidade onde construí família e sempre trabalhei como médico. Quero continuar governando a cidade, com transparência, responsabilidade e amor ao próximo".  
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A saúde, aliás, também foi tema prioritário do discurso de campanha de Dejorge Patrício (Republicanos) neste sábado em caminhadas e carreatas por vários bairros. Ele, que na eleição passada (2016) disputou o segundo turno com Nanci, reforçou suas propostas de governo para os próximos quatro anos na área. "Nossa cidade precisa de um hospital municipal com urgência e emergência, pois o atual pronto-socorro não suporta mais. Temos que construir mais duas ou três UPAs para fecharmos um cinturão de atendimento. As clínicas da família precisam ser ampliadas e tem que funcionar até 22h para atender o trabalhador. Temos que informatizar o sistema de marcação de consultas, exames e cirurgias", repetiu.
Dimas Gadelha (PT) e seu vice pedetista aproveitaram o derradeiro dia percorrendo mais uma vez a cidade em carreatas - na parte da manhã saindo da Trindade e à tarde, do Vila Lage. "Agradecemos a cada militante que se empenhou e fez a nossa campanha com alegria e esperança. Ao povo que nos recebeu carinhosamente muito obrigado. Eu e Marlos Costa percorremos toda São Gonçalo para levar a esperança de uma cidade melhor, com a bandeira da mudança real", declarou o cabeça de chapa. Em ações mais pontuais distribuídas ao longo dos 45 dias de campanha autorizada, os prefeitáveis Rodrigo Piraciaba (PSB) e Dayse Oliveira (PSTU) fizeram reuniões com moradores e segmentos da sociedade, além de panfletagens com interatividade junto ao eleitorado. Já Roberto Sales (PSD) foi surpreendido esta semana com o resultado positivo para Covid-19, o que o deixou em recolhimento domiciliar nos últimos dias.
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Com uma campanha focada no Facebook, Ricardo Pericar (PSL) reforçou o não uso do fundo partidário, suas denúncias de corrupção e a inspiração no prefeito de Colatina, no Espírito Santo, que fez história nos últimos anos com sua forma humilde de governar nas ruas e próximo do povo. "Serei o Sérgio Meneguelli de São Gonçalo, com a mão na massa e austeridade com a coisa pública", garante ele. "Quero ser um prefeito que valoriza cada centavo do dinheiro público, botando a Prefeitura para funcionar para o munícipe. No meu governo, as secretarias não serão loteadas por cabos eleitorais. Quanto a isso, infelizmente não vemos uma atuação direta do Ministério Público para lavrar flagrante diante das denúncias. Os quatro últimos governantes estão inelegíveis e com bens bloqueados. Tenho colocado minha vida em risco e da minha família por este meu empenho. Não fui à posse do atual prefeito em protesto pelo nepotismo que já estava sendo instalado. Também não tive apoio de nenhum vereador, que se aproveitaram da situação. E a imprensa local faz parte desse sistema", disparou ele, que rompeu em 2017 com o atual prefeito, do qual foi eleito vice em 2016.