Magna Domingues e Eduardo Lurnel com o livro de autoria conjunta
Magna Domingues e Eduardo Lurnel com o livro de autoria conjuntaDivulgação
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - Dedicado a crianças e famílias negras que se interessam pelo tema do antirracismo, o livro infantil Meu Nome é Maalum traz o debate em uma história escrita de forma lúdica, porém contundente, pela psicóloga e contadora de histórias Magna Domingues e pelo produtor audiovisual Eduardo Lurnel. Rodeada em casa de amor e de referências afrocentradas, Maalum é uma menina negra que se depara logo na primeira infância com os desafios impostos pelos discursos e práticas de uma sociedade que a vê como "diferente e fora do padrão”. Seu nome de origem africano é alvo de zombaria pelos colegas de escola. Ela não entende o porquê e, com ajuda da família, descobrirá o significado da palavra e transformará tristeza em orgulho da própria ancestralidade. 
Por meio desta personagem, os autores apresentam contos da cultura africana que fazem parte da construção da identidade do povo brasileiro. "Ainda vivemos em uma sociedade racista que oprime física e psicologicamente a população negra. Essa história pretende contribuir para a luta antirracista de forma lúdica e bela, por todas as meninas e meninos negros. Além de falar de autoestima, traz um debate pouco usual quando falamos de crianças que sofrem racismo", comenta a autora.
Publicidade
Magna Domingues é psicóloga, professora, contadora de histórias e fundadora dos projetos Baú Encantado e Clube do livro da Preta, ambos com foco no reconhecimento e na valorização das narrativas negras, que buscam contribuir na luta por uma educação e sociedade antirracista. Eduardo Lurnel é bacharel em cinema e produtor audiovisual, e faz sua primeira aventura no mundo da literatura infantil como autor deste livro.
Para os escritores, além das famílias, o livro também é indicado para educadores, escolas e agentes culturais que entendem que as pautas identitárias das crianças negras são fundamentais para a transformação da sociedade. E, mesmo com um número significativo de obras infantis que tratam essas questões, o livro chega ao público com o diferencial de trabalhar o significado dos nomes africanos.
Publicidade
"Muitas famílias contemporâneas têm feito referência à sua ancestralidade ao nomear seus filhos. Receber um nome africano no Brasil significa pertencer a uma família que reconhece a força e importância da ancestralidade e de sua origem diaspórica. Nomear também pode ser um ato político e uma forma de ser colocar no mundo", acredita o autor.
A obra tem ainda a ilustração de Fábio Mota e a fotografia de Cris Vicente.