Dia Nacional do Doador de Órgãos: Heat celebra vida com jardim simbólico
Jardim do Doador do Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, ganhou iluminação especial e exposição fotográfica para marcar a data
Só este ano, a equipe do CIHDOTT realizou no Heat 43 captações de órgãos, entre coração, córneas, tecido e ossos, beneficiando cerca de 150 pessoas - Divulgação / Alex Alves
Só este ano, a equipe do CIHDOTT realizou no Heat 43 captações de órgãos, entre coração, córneas, tecido e ossos, beneficiando cerca de 150 pessoasDivulgação / Alex Alves
SÃO GONÇALO - O Jardim do Doador do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, ganhou uma exposição fotográfica nesta segunda-feira (27) para marcar o Dia Nacional do Doador de Órgãos. No espaço, criado com o objetivo de representar a coragem da família pela escolha da doação, é plantada uma muda de jasmim por cada órgão vivo transplantado, que vai crescer e perfumar o ambiente. Em comemoração ao Setembro Verde, o jardim do hospital também ganharam uma iluminação especial esverdeada, em referência à cor da campanha.
Com mais de 150 mudas de jasmim plantadas, o espaço recebeu neste domingo a família de Rafael Calazans, 22 anos, que morreu em julho, vítima de acidente de moto em Cachoeiras de Macacu. Bastante emocionado e ao lado de amigos e familiares, o pai do estudante, o operador de máquinas Gerônimo Calazans, de 49, falou sobre o momento da doação.
"Depois da confirmação da morte cerebral do meu filho, a equipe do hospital nos apresentou o projeto de doação de órgãos. Ouvimos, avaliamos e temos a certeza de que tomamos a melhor decisão. Hoje estamos aqui homenageando o Rafael, fazendo o plantio do jasmim que o simboliza", disse.
A equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Heat, responsável por identificar potenciais doadores e promover o suporte, organizando todo o processo de captação de órgãos no hospital em parceria com a Central de Transplante do Estado, conseguiu colheu fígado, rins, pâncreas, tecidos e coração de Rafael.
Em outro espaço do jardim, no mesmo dia, estava a família do Pedro Henrique, de 17 anos, que também morreu de acidente de moto. Mãe, irmãs e amigos foram até o local cuidar do jasmim, plantado dias após a captação dos pulmões, córneas, rins, intestinos, pele, pâncreas e coração do jovem. "Meu filho tinha uma missão neste mundo. Acredito nisso. Nos deixou para salvar muitas outras vidas", exclamou a mãe do adolescente, Renata Oliveira Leitão.
Uma verdadeira força-tarefa é montada no hospital nos dias de captação, cuja retirada e transporte têm que ser feitos em até quatro horas, como o coração. Quando um potencial doador é identificado e a equipe médica visa à doação de órgãos, a equipe do CIHDOTT aciona a Central Estadual de Transplantes, que envia helicóptero e batedores da Polícia Militar para que o paciente receptor seja transplantado no tempo certo.
Só este ano, a equipe do CIHDOTT realizou no Hospital Alberto Torres 48 notificações, com 17 doações e 43 órgãos captados, entre eles coração, córneas, tecido e ossos, beneficiando cerca de 150 pessoas. Entretanto, a captação teve uma queda gradativa no ano passado devido à pandemia do coronavírus.
O Hospital Estadual Alberto Torres, administrado pelo Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), está entre as primeiras unidades do estado do Rio em captação de órgãos. O Heat é uma unidade de urgência e emergência, especializada no socorro a pacientes com múltiplos traumas.
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