O Hospital da Retaguarda Gonçalense, no Centro, registrou um aumento de 137,5% nas internações de Covid-19 em relação ao mês anterior. Divulgação PMSG - Foto: Júlio Diniz

O Hospital da Retaguarda Gonçalense, no Centro, aberto em 2020 para atender a nova demanda da pandemia do coronavírus da cidade voltou ao atendimento exclusivo a Covid-19 neste mês. A unidade, que chegou a ter leitos clínicos para outras doenças no fim do ano passado virou referência e, dos 65 leitos disponíveis – 45 de enfermaria e outros 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) –, 53 estavam ocupados nesta sexta-feira (21), sendo 37 de enfermaria e 16 de UTI.
O retorno dos casos confirmados da doença em São Gonçalo, que cresceu mais de 15.000% nas duas primeiras semanas de janeiro deste ano, fez com que a unidade de saúde ampliasse o número de leitos disponíveis no último dia 15 de janeiro. Até o fim do ano passado estavam disponíveis, ao todo, 34 leitos: 24 para enfermaria e 10 para UTI.
O Retaguarda recebeu apenas quatro pacientes em todo mês de dezembro de 2021 e até o dia 9 de janeiro deste ano, não havia nenhuma nova entrada no hospital. As internações começaram a voltar aos poucos e entre os dias 11 e 13 de janeiro, o UTI já estava praticamente com todos os leitos ocupados e a enfermaria com mais da metade de sua capacidade. Neste mês, até o dia 18, foram feitas 59 internações, com duas altas e nove óbitos, um aumento de 137,5% nas internações em relação ao mês anterior.
“Os dados são preocupantes e o gonçalense precisa colaborar. Não podemos deixar que esta doença nos faça ter nossas rotinas interrompidas. Todos podem ajudar evitando aglomerações, obedecendo o distanciamento, usando máscaras, higienizando as mãos e, principalmente, se vacinando para evitar a forma grave da doença, que leva às internações, principalmente de UTI”, disse o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo, Dr. Gleison Rocha.
Das pessoas internadas na unidade de saúde até o dia 18 de janeiro, 12 tomaram as três doses das vacinas; 22 pacientes tomaram duas doses, um tomou apenas uma dose, 8 não tomaram nenhuma dose e 10 não souberam informar. As informações são autodeclaratórias. Os documentos comprobatórios (carteira de vacinação) são anexados na pasta do paciente, conforme são entregues pela família.
Na unidade de saúde, todos os leitos de UTI estão equipados adequadamente com ventilador pulmonar, monitor e bombas infusoras. E outro detalhe muito importante nesta época de retorno de crescimento de casos de internação na pandemia é que as enfermarias do hospital podem ser adaptadas para atender como UTI. O laboratório do hospital também foi ampliado para atender à nova demanda.
“As enfermarias têm instalações para saída de oxigênio. E temos todos os equipamentos necessários em reserva para montar UTI, se for necessário. No entanto, esperamos que este aumento nas internações não continue. Pedimos para que a população se cuide e se vacine”, disse o diretor geral do Hospital de Retaguarda Gonçalense, Rodrigo Bastos de Souza.
A secretaria, que tinha voltado a fazer as cirurgias eletivas de pequeno porte no Hospital Luiz Palmier, no Zé Garoto, deixou de fazê-las na última semana devido ao aumento dos casos de Covid-19.
Óbitos – Em dezembro de 2021, foram contabilizados 12 mortes de gonçalenses com idades entre 45 e 89 anos por coronavírus. Destes, seis não estavam vacinados. Quatro estavam com duas doses e dois com apenas uma. Nenhum tinha recebido a dose de reforço. Dos 12, sete tinham comorbidades, um não tinha qualquer comorbidade e quatro estão sem informações na Semsa, pois foram atendidos fora do município.
Já em janeiro deste ano, foram registrados três óbitos com idades entre 59 e 85 anos. Um estava vacinado com duas doses e dois não estavam vacinados. Um tinha comorbidades e dois foram atendidos em outras cidades. Ao todo, 17 óbitos estão em investigação neste mês de janeiro em São Gonçalo, que ficou 15 dias sem registrar óbitos entre os dias 27 de dezembro e 10 de janeiro.
PSI – A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo também abriu mais oito leitos para atender as crianças contaminadas pelo Covid-19 e outras síndromes respiratórias no Pronto Socorro Infantil, no Zé Garoto, este mês. A unidade atende cerca de 150 pacientes por dia com sorologia positiva para a Covid-19. Nesta quinta-feira (20), os seis leitos de enfermaria da unidade estão ocupados e três leitos dos 7 existentes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com a diretora do hospital, Luciana Coelho, o fluxo de atendimento na unidade foi alterado após a Clínica da Criança, também no bairro do Zé Garoto, iniciar os testes para a covid-19. Em novembro, o pronto socorro recebia, aproximadamente, 100 crianças com alguma síndrome respiratória, entre outras queixas. Mas este número dobrou em janeiro.
“O número de atendimento disparou. Pulamos para cerca de 450 pacientes dia e, com a testagem, metade das crianças e adolescentes entra na unidade com exames positivos. Estamos mantendo a unidade funcionando 24 horas e com todos os cuidados necessários aos nossos pacientes. Nosso objetivo neste momento é garantir atendimento e internação a todas as síndromes respiratórias graves. Mas temos certeza de que, com a vacinação das nossas crianças, o número de infectados que necessitarão de internação irá diminuir consideravelmente”, explicou a diretora médica Bianca Serour.