Bombeiros são entidades da Proteção Civil cujos membros são treinados para atuarem em caso de incêndio, resgatar pessoas de acidentes de trânsito, desmoronamentos de edifícios, desastres naturais, salvamento em grande ângulo, enfim, fornecer socorro de emergência médica e pré-hospitalar. Bombeiros salvam vidas. E, em alguns casos, até depois da morte.
Este foi o caso do bombeiro aposentado Antônio Felix Silva, de 58 anos, que deu entrada no Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, vítima de um acidente doméstico, no dia 27 de abril. O militar sofreu uma queda enquanto fazia uma simples troca de lâmpada em um dos cômodos da casa que construiu com muito orgulho em um condomínio de Itaboraí.
O caso do bombeiro era grave, conforme mostrava a tomografia de crânio. Antonio Felix chegou a ser operado e ir para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI), mas depois de uma semana entrou em morte cerebral. Neste momento a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do hospital conversou com familiares e ao receber autorização para abrir protocolo de doação conseguiu captar córneas e rins.
-- É um momento difícil. Ainda estamos sem acreditar. Mas Deus vai continuar nos dando força. Quanto à doação de órgãos temos a certeza que fizemos o certo. Ele era bombeiro e salvava vidas -- disse o filho Douglas Mendes Silva.
Após a captação, familiares foram até o Jardim do Doador de Órgãos, espaço criado em uma área do hospital com objetivo de representar a coragem da família pela escolha da doação. No local foi plantada uma muda de jasmim, que significa o órgão vivo que foi transplantado no receptor, que vai crescer e perfumar o ambiente. Bombeiros do Grupamento de São Gonçalo, onde Antônio Félix serviu por 30 anos, homenagearam o militar.
Nos primeiros quatro meses deste ano, o Hospital Estadual Alberto Torres conseguiu captar 11 órgãos. Em 2021, este número fechou em 51 órgãos captados, que beneficiaram cerca de 300 pessoas.
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