As fonoaudiólogas do Centro Especializado em Reabilitação (CER III) de Neves fazem a diferença. Além de Ensinar crianças e adultos a desenvolver a habilidade ou restabelecer a fala e a escrita, elas atendem os pacientes da unidade, a maioria composta por crianças autistas. Do desenvolvimento das aptidões até a alta é um longo caminho e depende de cada indivíduo, mas a gratificação de poder ajudar é descrita pelos profissionais como única.
A fonoaudiologia é a especialidade que trabalha com a comunicação oral e escrita. No CER, ela é para os atendimentos de média e alta complexidade. O público em tratamento com as fonoaudiólogas é composto por 70% de crianças autistas e os outros 30% são pacientes adultos que sofreram acidente vascular cerebral ou que têm dificuldade para falar, para deglutir, pessoas com síndrome de down, pacientes com déficit de atenção, entre outros.
“Levando em consideração que o nosso público é principalmente de autistas, o nosso objetivo é fazer com que eles se comuniquem com o mundo da melhor maneira possível. Normalmente, as mães sempre entendem, mas eles precisam ser entendidos por qualquer pessoa. Essa criança tem que se comunicar, saber dizer se tem fome, sede, se está incomodada com alguma situação, se tem dor. Nosso papel é desenvolver essa criança para o mundo, fazer com que ela se comunique”, disse a fonoaudióloga Tatiana Lima Franco.
Embora a maioria do público seja formado por crianças, os adultos também recebem o atendimento na unidade. Ronaldo Oliveira Borges, 36, descobriu que está com esclerose lateral amiotrófica (ELA) e começou o tratamento há seis meses no CER com fonoaudióloga, psicóloga, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. A doença causa fraqueza muscular com a perda de células do sistema nervoso. Em Ronaldo, além de perder a força dos músculos, a fala foi alterada.
“Estou falando com atraso. A fala sai arrastada. Também estou com muita ânsia de vômito quando abro muito a boca. Estou tratando para voltar a falar normal e não ter engasgo. A doença faz isso e estamos trabalhando para não acontecer. Estou com a fonoaudióloga desde o fim de abril e já estou vendo melhoras”, disse Ronaldo, que também está reaprendendo a engolir líquidos.
O desenvolvimento dos pacientes é a prioridade no CER e quando um paciente recebe alta é uma conquista tanto para o profissional quanto para o paciente. “É muito importante poder reabilitar a fala de uma pessoa. Com as crianças pequenas, na verdade, não é uma reabilitação, mas uma habilitação para que comecem a falar. É muito bom ver que você faz diferença na vida da pessoa. Quando dou alta, fico muito feliz. Estou entregando um indivíduo reabilitado para a sociedade”, descreveu Tatiana.
O tempo de tratamento depende do objetivo que o profissional traça para o paciente, que só recebe alta quando alcança o objetivo terapêutico ou por alguma intercorrência.
Para Natane Silva, outra fonoaudióloga do CER, a fonoaudiologia é uma expressão de amor, carinho, zelo e cuidado com cada paciente. “A cada etapa alcançada, a cada tentativa, a cada olhar, a cada lágrima, podemos ver um sorriso de esperança. A fonoaudiologia a cada dia me move, me transforma e me faz compreender como um ato de amor pode mudar toda uma trajetória de vida. E o ser CER III é um lugar que me proporciona todas essas conquistas”, pontuou Natane.
Hoje, o CER tem uma equipe de fonoaudiólogos com a visão de reabilitação. “Visamos a melhor qualidade de vida dos pacientes nos diferentes aspectos da comunicação e funções responsáveis pela mastigação, deglutição e respiração”, finalizou a diretora do espaço e também fonoaudióloga, Micheli Samary.
Regulação – Todas as consultas para as unidades de saúde da rede pública de São Gonçalo são marcadas através da Central de Regulação da Semsa. Para marcar, o gonçalense pode procurar qualquer unidade de saúde da rede municipal, independente se será atendido naquele local. As unidades inserem os pacientes no sistema da Central de Regulação, que vai entrar em contato – através do telefone – para avisar sobre a marcação do serviço, que será agendado em local que for mais próximo de sua residência.
É necessário que os pacientes mantenham um telefone que funcione e esteja atualizado no cadastro. O contato e endereço do morador também podem ser atualizados em qualquer unidade de saúde. Se houver alguma pendência no pedido, os funcionários das unidades de saúde avisam ao paciente para que regularize a situação. Com qualquer pendência, o paciente não é chamado.
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