Prefeitura de Teresópolis BRuno Nepomuceno

Além das quase mil vítimas fatais atingidas pela pandemia da Covid-19, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil de Teresópolis, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando, pela primeira vez na história da cidade, em um crescimento vegetativo negativo em um semestre completo.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em números absolutos os Cartórios campistas registraram 1.252 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 95% maior que a média histórica de óbitos de Teresópolis, e 66,2% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no estado. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 66%.

Com relação aos nascimentos, a cidade registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 1.118 nascimentos, número 11,6% menor que a média de nascidos na cidade desde 2003, e 14,7% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 4% na cidade da região serrana.

O resultado da equação mostra que a diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 622 nascimentos a mais, ficou negativa em 134 óbitos, ou seja, Teresópolis registrou mais óbitos que nascimentos no semestre e um aumento de 121% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, o aumento foi de 124%, e em relação a 2019 foi de 133%.

“O Portal da Transparência vem sendo usado por toda a sociedade para ter um retrato fiel do que tem acontecido no País neste momento de pandemia”, explica Humberto Monteiro da Costa, presidente da Arpen-RJ. “Os números mostram claramente os impactos da doença em nossa sociedade e possibilitam que os gestores públicos possam planejar as diversas políticas sociais com base nos dados compilados pelos Cartórios”, completa.
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