Alunos do colégio Maria Isabel realizam a Prova Macaé, preparatório para o Saeb-2019 - Rui Porto Filho/Divulgação prefeitura de Macaé
Alunos do colégio Maria Isabel realizam a Prova Macaé, preparatório para o Saeb-2019Rui Porto Filho/Divulgação prefeitura de Macaé
Por Carolina Pavanelli

No Brasil, fevereiro é mês de Carnaval e de chuvas, mas também de outro evento bastante significativo: a volta às aulas. São milhões de estudantes que preparam, mais uma vez, suas mochilas e seu empenho (ou, por vezes, a falta dele), para mais um ano escolar. Em meio a polêmicas de código de vestimenta em novas escolas cívico-militares, livros didáticos com 'um amontoado de coisa escrita' e falhas nas notas do Enem, e entendendo que educação deve ser prioridade de toda a comunidade, devemos pensar: o que esperar do ano letivo de 2020?

Para a Educação Infantil e Ensino Fundamental, espera-se que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já esteja consolidada nas escolas e que os professores estejam preparados para endereçar as mudanças que o documento trouxe. No caso das redes privadas, foram muitas as que investiram, em 2019, em treinamento do corpo docente para atender a essas demandas. Já com as públicas, essas formações, quando existiram, ficaram, em grande parte, a cargo das secretarias. É preciso estar atento, porém, para o fato de que a BNCC traz propostas de abordagens pedagógicas que preveem o uso de metodologias modernas, o que está longe de ser trivial em uma educação primordialmente tradicional como a nossa.

A maior apreensão, porém, está, sem dúvidas, no Ensino Médio. 2020 é o ano que antecede o início da aplicação da Reforma e, ao contrário do que muitos podem pensar, ela transcende a mera organização curricular, e pedirá uma adaptação muito maior das escolas. Já a partir do próximo ano, todos os alunos na primeira série do Ensino Médio deverão, além de cumprir uma formação geral básica, escolher um ou mais itinerários formativos nas áreas de conhecimento de seu interesse. A carga horária irá aumentar, assim como a adaptação a uma realidade mais próxima do que se encontra em universidades, com aulas eletivas e sistema de créditos. É uma mudança imensa e as escolas têm basicamente este ano para planejamento e adequação.

Como se não bastasse, o governo também tem desafios bastante latentes. Já em 2020, espera-se que 1% das pessoas faça o Enem digital, uma meta que, apesar de parecer pequena, é muito significativa, dado o caos que se instalou com as notas do Enem 2019. O maior desafio do MEC é, possivelmente, recobrar a confiança de milhões de brasileiros na credibilidade do Inep. Em tempos de Sisu sujeito a desconfianças e escolas correndo atrás de adaptações a mudanças oficiais, é vital que estejamos de olhos bem atentos.

 

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