"Estados receberão em até 48 horas", diz Cruz sobre envio de vacinas pediátricas da PfizerReprodução

Volta Redonda - O Movimento Ética na Política de Volta Redonda (MEP-VR) diante do assunto sobre a vacinação contra a covid-19 para crianças de 11 a 5 anos, reuniu opiniões de médicos. Os profissionais, alguns ligados diretamente ao Movimento, outros colaboradores pontuais, destacaram elementos para ajudar a discernir a situação, com vista à prevenção da saúde das crianças.
A pediatra, infectologista, professora da USP-Faculdade de Medicina e UNIFOA, colaboradora pontual do MEP, Maria Cristina Carvalho do Espírito Santo, deixou sua posição baseada na declaração pública da Sociedade Brasileira de Imunizações.
“Diversas sociedades médicas brasileiras, baseadas em evidências científicas e nas experiências internacionais, se posicionaram a favor da vacinação de crianças contra a covid-19. A Sociedade Brasileira de Imunização entende que nenhuma morte de crianças é negligenciável. É inadmissível testemunhar crianças serem hospitalizadas e falecerem por doenças preveníveis por vacinas. A todos que estão com receio, transmitimos uma mensagem tranquilizadora. A vacinação de crianças entre 5 e 11 anos é segura, eficaz e salvará vidas da mesma forma que a vacinação de adultos e adolescentes”, diz a nota pública da Sociedade Brasileira de Imunização.
A infectologista ainda ressaltou outro ponto da nota “os agravos em saúde são avaliados por dias perdidos de vida e de trabalho. Não podemos comparar um óbito de um adulto, com o de uma criança. Os dias perdidos de vida são muito maiores. Desde o início da pandemia, também segundo números do Ministério da Saúde, a morte por COVID-19 está entre as dez causas de óbito, na faixa etária de 5 a 11 anos. Reportou-se nessa faixa etária de 6.191 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (taxa de incidência de 30,1/100 mil habitantes) e 308 óbitos (taxa de incidência de 1,54/100 mil habitantes) por COVID-19. Entre crianças e adolescentes, foram 1.412 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM), que causaram hospitalizações e 85 mortes. A taxa de letalidade, 6%, cinco vezes superior à relatado pelos Estados Unidos”, destacou o texto.
Para o médico, Miguel Tepedino Neto, reconhecido pediatra em Volta Redonda e região, e também professor de biologia no Pré-Vestibular Cidadão do MEP, sensato e bem sintonizado à Sociedade Brasileira de Pediatria fez a seguinte declaração.
"Nós pediatras nos baseamos, quanto a vacinação nas orientações técnicas da Sociedade Brasileira de Pediatria, que fundamentado em trabalhos científicos recomendou a vacinação das crianças de 5 a 11anos contra a COVID 19. Contudo, como pediatra que sigo as normas da ciência, valorizo as vacinas. Há um histórico que devemos considerar, as vacinações, a erradicação da varíola doença que levava ao óbito e deixava sequelas permanentes, o controle da paralisia infantil que quando não levava ao óbito por insuficiência respiratória deixava sequelas motoras permanentes, e mais recente a diminuição dos casos de sarampo. Vale lembrar, num passado não muito distante, causou inúmeros óbitos por complicação da pneumonia aqui em Volta Redonda, principalmente das crianças desnutridas. Também destaco a diminuição dos casos de crupe, tétano e meningite meningocócica que muito nos apavorava. Vamos valorizar as vacinas”, falou o pediatra.
O futuro médico, João Paulo Fernandes, 4º período de medicina (UERJ), ex-aluno do MEP a vacinação das crianças é fundamental.
“No último ano, com o início da vacinação, ficou evidente a importância da vacina no combate a pandemia da Covid-19. Ela colaborou na prevenção de formas graves e óbitos por essa doença, o que representa um alívio para o Sistema de Saúde brasileiro e a esperança de dias melhores para a população. Dessa forma, conforme o evidente benefício aos vacinados com mais de 12 anos, a vacinação de crianças com menos dessa idade, faz-se fundamental para a proteção desse grupo. Isso porque a doença tende a se disseminar pelos não vacinados, o que torna as crianças com menos de 12 anos, que ainda não foram imunizadas, um importante alvo da Covid-19. Além disso, essa doença transformou-se num grave problema de morbimortalidade nessa faixa etária durante a pandemia, e as crianças, apesar de desenvolverem menos quadros graves que os adultos, ainda são importantes da cadeia de transmissão do vírus. Portanto, é notória a necessidade de se vacinar crianças nessa faixa etária, o que trará diversos benefícios para a população brasileira”, disse.
Quem também deixou sua opinião na mesma linha de valorizar as orientações científicas foi o médico e ex-aluno do Pré-Vestibular Cidadão, Gabriel Lopes.
“As diversas sociedades médicas já recomendam a vacinação das crianças. Entretanto, parece que há um impasse: querem exigir que a vacina seja apenas com receita médica; isso atrasaria a campanha de vacinação e não temos tempo para isso. Tal medida política não pode interferir nesse aspecto da saúde pública”, declarou o jovem médico.