Muitos se perguntam como Abel Braga conseguiu comandar o Fluminense apenas quatro dias após a repentina morte de seu filho mais novo, João Pedro, de 19 anos. Olhando de longe, deve ser difícil entender de onde o treinador tira forças para seguir em frente tão rapidamente. Mas quem vive o dia a dia tricolor não tem dúvidas: o carinho que recebeu do mundo do futebol foi fundamental para mantê-lo de pé no pior momento de sua vida.
Se Tite, técnico da Seleção, ficou no velório até às 5h da manhã e Cuca, comandante do Palmeiras, encarou uma viagem de carro de São Paulo até o Rio para dar um abraço no treinador, a reação da torcida do Sport também mostrou como Abel é querido. Mesmo sempre rival, seja como treinador ou quando defendeu o Santa Cruz, ele foi aplaudido de pé pela Ilha do Retiro. Respondeu com reverência e agradecimentos. Diante da tragédia, até clubes europeus e o técnico José Mourinho, do Manchester United, enviaram mensagens de apoio.
"Não poderia imaginar nem em sonho esse carinho todo. Eu me sinto feliz pois isso é pelo caminho que tracei, pelo caminho que meus filhos traçaram, de caráter, de honestidade, de dignidade. E de amizade com todos. Agradeço ao PSG e ao Liverpool. Recebi uma mensagem fantástica do Mourinho, que adorei. Sou mais ou menos amigo dele. Trabalhei com o pai dele. Todos os meus amigos de Portugal, da França. Isso não tem preço. Agora, tem um motivo: sou uma pessoa correta. A minha família é correta. E tem uma coisa que é a mais importante, a gratidão", afirmou o treinador.