Papais Noéis da Baixada Fluminense inovam no figurino e na chegada às festas de Natal para surpreender a criançada da região
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De roupa vermelha, barba e cabelos brancos como as nuvens, e a bordo de seu trenó. Já sabe de quem estamos falando? Sim, é de Papai Noel. Pelo menos é assim que esta figura tão importante do Natal costuma ser. Mas, e se o Bom Velhinho resolvesse inovar com uma careca e chegasse de maneira triunfal, de asa delta ou caiaque? Pois é desta forma que alguns Papais Noéis da Baixada Fluminense resolveram aparecer.
O ator iguaçuano Tiago Costa, 34 anos, há cinco é o Papai Noel para crianças com câncer. Em um momento de empatia com os pequenos, decidiu raspar o cabelo. A ideia deu certo e virou tradição, ganhando a preferência das crianças.
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"Quando eu vi as crianças com câncer, não quis usar a peruca e me igualei a elas. Deu muito certo, foi emocionante. Lembro que, depois da apresentação, elas preferiram tirar foto comigo sem o gorro. Era como se elas estivessem achando alguém igual a elas", lembra.
A missão de ser Papai Noel é marcante para Tiago, que recorda algumas histórias. "O ano passado reencontrei uma menina que tinha visitado em 2015. Ela lembrou de mim e falou: você disse que eu ia melhorar e eu melhorei, está vendo. Isso me desmontou, me impactou. Lidamos com o lúdico das crianças e não podemos pecar em nenhum detalhe. Elas pedem para voltar para casa, pedem carinho e amigos muito mais do que brinquedos. Tenho que segurar a emoção e sorrir para levar alegria e esperança", conta.
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E quando Papai Noel resolve radicalizar? É assim que Eduardo Limoeiro, 36, faz a festa há três anos em Japeri. No Natal Radical, o Bom Velhinho surpreende chegando de caiaque, asa delta ou parapente, dependendo das condições climáticas. "É uma aventura, as crianças ficam eufóricas. É como se estivesse chegando um super-herói. É uma sensação maravilhosa", destaca.
A ideia de introduzir esporte radical na chegada do Papai Noel foi de Afonso Urbieta, 66, idealizador do projeto Remar é Preciso. "Sou apaixonado por esportes radicais e tenho este projeto do caiaque com as crianças. Quando comecei a fazer a festa de Natal eu sabia que tinha que inovar", recorda. A festa acontece todos os anos em Nova Belém, bairro carente de Japeri.
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"Por ser uma região pobre, as crianças também têm uma vida difícil e isso acaba roubando um pouco da fantasia. Quando chego vestido vejo que elas se surpreendem, é como se voltassem a sonhar", afirma Limoeiro.