Antônio Amorim, 41 anos, na porta da delegacia, em Copacabana - Alexandre Brum / Agencia O Dia
Antônio Amorim, 41 anos, na porta da delegacia, em CopacabanaAlexandre Brum / Agencia O Dia
Por Bruna Fantti

Rio - Antonio de Almeida Anaquim, 41 anos, que atropelou 18 pessoas em Copacabana na noite desta quinta-feira, acumulou 17 multas entre os anos de 2013 e 2018, sendo a última aplicada ontem, após o acidente que matou um bebê de oito meses, por "dirigir veículo com suspensão do direito de dirigir". No período de cinco anos, constam 62 pontos na carteira de habilitação de Antonio, suspensa em 2015, quando ele contabilizou 25 pontos na carteira por infrações consideradas de média a graves.

O processo de suspensão foi instaurado em setembro de 2014. Um mês depois, foi registrada mais uma multa: transitar com uma moto na calçada. A infração, considerada gravíssima, ocorreu na Rua Siqueira Campos, na altura do número 107. Segundo a Polícia Civil, o médico de Anaquim já foi identificado e será intimado a depor na semana que vem. Ele terá de apresentar todos os laudos médicos de seu paciente.

Antonio deixa a 12ª DP (Copacabana) após prestar depoimento - Alexandre Brum / Agencia O Dia

As outras penalidades se referem a excesso de velocidade (6); avançar o sinal vermelho (1); transitar em faixa de ônibus (4); conduzir veículo registrado que não tenha sido licenciado (1) e estacionamento irregular (3). Do total de multas, cinco não foram pagas, totalizando uma dívida de R$ 1,236,92. 

Motorista negou doença 

Segundo o Detran, Anaquim negou que tivesse epilepsia ou qualquer doença neurológica durante o exame de avaliação médica realizado para a renovação da habilitação. Ainda de acordo com o órgão, não existe impedimento para tirar carteira de motorista para portadores de epilepsia, mas quem faz o processo deve passar por uma avaliação neurológica. Um dos remédios que Antonio tomava para o controle da doença estava vencido.

No questionário preenchido durante exame médico no Detran para renovar habilitação, Antonio Anaquim negou possuir epilepsia ou doença neurológica (destaque). Ele também rasurou o espaço destinado para informar qual remédio tomava e disse não usar qualquer medicamento ou fazer tratamento de saúde - Divulgação

Antonio atropelou 18 pessoas na orla de Copacabana, na noite desta quinta-feira. A bebê Maria Louise, de oito meses, morreu após ser atingida pelo veículo, que segundo testemunhas, trafegava em alta velocidade. Segundo a polícia, Anaquim vai responder em liberdade por homicídio culposo.

 Corpo de bebê que morreu em atropelamento no Rio é liberado para enterro

 A Polícia Civil informou que o corpo da bebê Maria Louise Araujo Azevedo, de 8 meses, já foi necropsiado no Instituto Médico-Legal (IML) e liberado. O pai da criança já recebeu a declaração de óbito para tratar do enterro, que acontece neste sábado, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Maria Louise morreu ontem no final da noite da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), de Copacabana, para onde foi levada, vítima de atropelamento no calçadão da Praia de Copacabana, altura da Rua Figueiredo de Magalhães.

 

A mãe da bebê, Niedja da Silva Araujo, recebeu a visita da avó, que mora fora do Rio e foi passear no calçadão da praia levando Maria Louise no carrinho de bebê, quando um carro, desgovernando, dirigido por Antonio de Almeida Anaquim, atravessou a pista e a ciclovia, atropelando várias pessoas que estavam no calçadão. O carro só parou na areia da praia.

Niedja, que mora na Ladeira dos Tabajaras, ali mesmo em Copacabana, também foi atropelada e sofreu escoriações nas duas pernas e no ombro, sendo liberada nesta sexta do Hospital Souza Aguiar, na região central da cidade, para onde foram levadas as vítimas que sofreram ferimentos mais leves.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o caso mais grave é o do australiano Daniel Marcos Philips, 68 anos, que já mora no Brasil há 20 anos, contrariamente ao informado antes, de que estava no Rio como turista.

Philips está internado em estado gravíssimo no Hospital Miguel Couto, na Zona Sul, e respira com auxílio de aparelhos. Ele foi identificado por meio da cópia de um passaporte emitido em 2010. Ele foi reconhecido oficialmente hoje à tarde por um casal que o visitou no hospital e passou as informações.

 

*Com informações da Agência Brasil

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