Rio - A Justiça Federal no Rio e em Curitiba negou nesta quarta-feira, a volta do o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) ao Rio. Condenado a 87 anos de prisão por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ele foi transferido do Rio para o Paraná no dia 18, por conta de regalias apontadas pelo Ministério Público que foram encontradas na cadeia em que estava.
A defesa arguiu a incompetência da primeira instância da Justiça Federal para transferi-lo, por se tratar de um réu sentenciado. Alegou cerceamento de defesa e também a dificuldade da família de Cabral para visitá-lo após a transferência para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais. Sustentou ainda que as audiências ficarão mais difíceis, mencionando o fato de haver mais processos no Rio do que naquele Estado.
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Em sua decisão, a juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, demarcou que "os presos do colarinho branco não podem, de forma nenhuma, ter tratamento mais benéfico que outros custodiados". Entre os privilégios encontrados na Cadeia Pública José Frederico Marques, no Rio, foram identificadas comidas finas e a tentativa de se montar uma sala de cinema doada de forma irregular.
Cabral teria montado um esquema de corrupção enquanto governador do Rio, por dois mandatos (2007-2014). O valor movimentado superaria R$ 1 bilhão. Ele agiria nas áreas de obras, transportes e saúde, entre outras. O ex-governador está preso desde novembro de 2016.