Por Agência Brasil

Rio - Vídeos que circulam nas redes sociais desde o último fim de semana levaram a corregedoria da Guarda Municipal do Rio de Janeiro a abrir sindicância para apurar as circunstância de uma agressão a trabalhadores que vendiam sanduíches na Praça Mauá, no centro da cidade. O caso ocorreu na noite de sábado (20). As imagens mostram um rapaz de camisa branca no chão cercado por três guardas e sendo golpeado com cassetete.

O episódio começou a ganhar repercussão através de uma postagem de Michelle Jeronimo, responsável por uma barraca que havia sido instalada na Praça Mauá para vender hambúrgueres. Ela fez relato detalhado e anexou cenas gravadas por pessoas que presenciaram o episódio. O rapaz que aparece nos vídeos sendo agredido é Lúcio Júnior, funcionário de Michelle e seu marido Michel Tavares. As cenas também mostram Michel com a blusa rasgada. Ele também teria sido agredido. 

Em nota, a Guarda Municipal informou que a corregedoria já identificou todos os envolvidos e que vai investigar o que ocorreu. "A sindicância será feita com base nas informações, fotos, vídeos e relatos dos envolvidos na ocorrência que foi registrada na 1ª Delegacia de Polícia. A Guarda Municipal informa ainda que a postura dos guardas municipais que aparecem no vídeo não condiz com os preceitos da instituição", acrescenta o texto.

Segundo Michelle, a barraca integrava uma feira ligada a um evento de gastronomia que ocorria no local e o problema teve início quando seu marido estacionou um carro na esquina da praça. "Nosso intuito era apenas descarregar a mercadoria. Nada justifica a agressão, nada! Ainda estou em estado de choque. Nosso prejuízo não foi só físico e emocional, mas também financeiro. A sensação é de impunidade, aqueles que deveriam zelar pelo nosso patrimônio agem desta forma", escreveu.

Procurada pela Agência Brasil, ela afirmou que os guardas agiram com truculência alegando que o veículo não poderia ser estacionado no local. "Nestas feiras que ocorrem em lugar público, a prefeitura libera uma licença. E nós temos um prazo de 15 minutos para carregar e descarregar mercadoria durante o evento. Os guardas tinham ciência e havia outros carros parando ali tranquilamente. Mas vieram implicar com a gente", disse.

Michel Tavares também deixou seu relato nas redes sociais. "Ao terminar de descarregar a mercadoria e voltar ao meu veículo para, aí sim, sair dali e estacionar num local regular, fui agredido. Não queriam que eu tirasse o carro. Queriam rebocar a qualquer custo. Tentaram me arrancar de dentro do veículo e me agrediram". Segundo ele, seu funcionário passou a ser o alvo das agressões quando tentou lhe defender.

As postagens já foram compartilhadas por quase 1,5 mil pessoas. Michelle conta ainda que viu comentários agressivos na publicação partindo de usuários que se identificam como guardas municipais. Ela afirma não ter nada contra a corporação em si, e sim contra os agressores. "Eu agora todo dia vou na corregedoria. Eu dou queixa de todos. Hoje em dia é fácil identificar. No perfil deles, aparece que são trabalhadores da Guarda Municipal. Inclusive já encontramos todos os agressores nas redes sociais."

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