Rio - Em menos de 24 horas, quatro PMs foram baleados no Rio de Janeiro. Essa é a realidade da violência no Estado, que desde o início de 2018, mata um PM a cada 54 horas. Na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, que há quatro meses é palco de combate entre traficantes e policiais, as marcas da violência estão estampadas nas paredes.
Na noite deste sábado, dois militares foram baleados no Rio. Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, um policial lotado no Regimento de Cavalaria foi baleado três vezes durante uma tentativa de assalto. Dois tiros atingiram a perna esquerda e o terceiro pegou no rosto do PM. Na Tijuca, na Zona Norte do Rio, o segundo militar foi baleado em um confronto com criminosos da Rocinha, que acabou resultando na morte de um garçom por tiro de fuzil. Um pouco mais a frente, o terceiro policial foi baleado no tórax durante um confronto. O quarto PM foi baleado na manhã deste domingo, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, em um confronto com bandidos enquanto fazia uma blitz no bairro.
No primeiro mês de 2018, 10 militares foram mortos, além de um policial civil. A estatística de janeiro já chega a um policial morto a cada 54 horas. Em 2017, o número de mortos chegou a 134 PMs. A última vítima do confronto, em 2018, é o soldado Tiago Chaves da Silva, de 37 anos, que foi baleado no abdômen em um confronto na Rocinha. Ele, que era lotado no Batalhão de Choque, morreu na sexta-feira, deixando a esposa e um filho de 5 anos.
Na favela da Rocinha, lar de mais de 60 mil pessoas, os confrontos são quase diários. Em quatro meses, 37 pessoas foram assassinadas dentro da comunidade e 20 ficaram feridas. As marcas desse guerra não são só emocionais. Imagens divulgadas pelos moradores e pela Polícia Militar, mostram muros com perfurações de tiros e algumas paredes têm buracos tão grandes que correm o risco de desabar.
Neste domingo, a situação não é diferente. O barulho dos tiros assustam os moradores desde as primeiras horas do dia. Nas redes sociais, relatos de tiroteio na comunidade são compartilhados. Desde a manhã, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Ações com Cães (BAC) e Batalhão de Choque (BPCHq) fazem uma operação na comunidade. Ainda não há informações sobre presos ou feridos.
Reportagem da estagiária Alice Cravo, sob supervisão de Thiago Antunes