Técnicos da Cedae trabalham para normalizar o abastecimento na região central da cidadeFoto: Divulgação
O desabastecimento foi causado por problemas nas bombas que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) mantém ligadas 24h por dia na elevatória do Encruzo da Enseada que distribuem água da barragem de Cabo Severino, no bairro Banqueta, às diversas comunidades atendidas pela autarquia estadual.
- Depois de vários testes, os técnicos da Cedae chegaram à conclusão que o problema foi causado pelos motores das bombas. Em um sistema em que você tem uma elevatória de água, o ideal seria ter uma bomba reserva, o que não é o caso aqui. Eu acredito que esse problema é reflexo dos anos de falta de investimento na manutenção preventiva dos equipamentos e em novas obras -, explicou Felipe Larrosa.
Ainda de acordo com o presidente do Saae, a Cedae está providenciando bombas reservas que deverão chegar ainda hoje à cidade para substituir as que estão com problemas. Porém, o abastecimento só deverá voltar ao normal daqui há alguns dias. Segundo Larrosa, cada dia sem água representa dois para que o abastecimento se normalize.
- Se estamos há dois sem água, vamos levar 4 dias para recuperar o sistema de abastecimento, pressurizar a rede e normalizar a distribuição na cidade. Creio que os bairros mais próximos à Banqueta, como Japuíba e Campo Belo, já estejam recebendo água nas próximas 24h -, completou.
As unidades de saúde da cidade, como hospitais, asilo, santa casa e postos de saúde estão sendo abastecidos através de carros-pipa do Saae. Já o shopping da cidade precisou comprar água de fornecedores privados para continuar funcionando.
Larrosa aproveitou para lembrar o processo que está em andamento na justiça para que os serviços prestados pela Cedae em Angra passem para o município, uma vez que, segundo ele, a dupla operacionalidade da água que existe hoje acaba sendo prejudicial à população.
Atualmente, o Saae atende cerca de 75% dos moradores de Angra dos Reis e a Cedae faz a distribuição de água de apenas 25%, com destaque para a região central, sem que haja sequer um contrato válido entre o município e a companhia estadual que garanta sua atuação na cidade.
- Nós não queremos que daqui a 30 anos a Baía da Ilha Grande esteja igual à Baía da Guanabara. O Saae não é mais uma autarquia deficitária, nós já conseguimos fazer investimentos, então tem que haver bom senso e deixar Angra caminhar com suas próprias pernas -, encerrou o presidente do Saae.
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