Professora de Angra é premiada em programa nacional do MEC
Arislany Sather irá para Portugal em outubro, depois do seu projeto de alfabetização com jogos didáticos, ser escolhido como um dos melhores no programa federal Alfabetização Baseada na Ciência (ABC).
Essa dedicação vai levar a professora a conhecer novos horizontes no longo caminho da Educação. - Divulgação
Essa dedicação vai levar a professora a conhecer novos horizontes no longo caminho da Educação.Divulgação
Angra dos Reis – A professora Arislany Sather, 37 anos, da rede pública municipal, foi uma das professoras escolhidas para representar o Brasil em Portugal no programa Alfabetização Baseada na Ciência (ABC). Arislany foi a 4ª colocada no Estado do Rio de Janeiro.
Para participar, cada professor precisou enviar dois projetos em março de 2022. A seleção contou com a participação de mais de trezentos professores inscritos para apenas cem vagas. Ela foi uma das poucas educadoras escolhidas que não possuem título de mestrado ou doutorado. Sobre o programa.
O Alfabetização Baseada na Ciência (ABC) é um programa do Ministério da Educação que consiste em vídeos educativos gratuitos disponibilizados na plataforma AVAMEC (https://avamec.mec.gov.br). Os conteúdos são produzidos por neurocientistas pedagogos portugueses a partir de uma parceria firmada pelo Ministério da Educação (MEC) com a Universidade do Porto e com o Instituto Politécnico do Porto.
O programa tem como objetivo levar professores brasileiros a Portugal para estudarem durante um período de três anos e assim desenvolverem junto aos neurocientistas pedagogos seus projetos didáticos. Devido à pandemia, não foi possível a viagem prévia para a realização do período completo do programa, sendo 2022 o último ano de vigência da parceria.
"Na pandemia, eu desenvolvi um blog com jogos de alfabetização para as crianças acessarem de casa. Foi a ideia que tive para que elas pudessem extravasar a ansiedade de não estarem indo à escola. Uma amiga me mostrou o programa, e logo inscrevi meu projeto de jogos e enviei. Fiquei muito ansiosa, mas consegui passar. Atividades didáticas com jogos estão sendo muito valorizadas atualmente. Para mim, quanto mais iniciativas para a alfabetização, melhor" – disse a professora.
Um pouco da história de Arislany Sather
Desde 2006 docente no Ensino Fundamental 1 na Prefeitura Municipal de Volta Redonda e desde 2008 docente na Prefeitura Municipal de Angra dos Reis no Centro de Educação em Tempo Integral Maria Hercília Cardoso de Castro, a professora tem Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2018 e Pós-Graduação Lato Sensu, em nível de Especialização, em Educação em Tempo Integral, pela Faculdade única de Ipatinga (FUNIP) em 2019. Possui experiência na área de educação, com ênfase em alfabetização e educação infantil.
“Meus pais foram muito pobres e só estudaram até a quarta série. Eu estou muito feliz por eles. Eles me ligam todos os dias muito alegres. É como se fosse com eles. Eles não estão acreditando que eu estou indo estudar fora. Eu nunca os vi tão felizes em toda a minha vida. Eu dedico tudo isso a eles. Eu sei que é muito difícil passar na CAPES, o próprio secretário de Educação me disse isso” – relatou a educadora, emocionada.
A pedagoga já havia sido homenageada na Câmara Municipal de Angra pelo projeto “Lê para mim”, em que os alunos levam livros infantis para casa e pedem para que seus pais leiam as histórias. As crianças depois recontam a história aprendida em sala de aula a todos os outros alunos ao seu modo, não necessariamente precisando lembrar corretamente da história da forma em que seus pais a haviam contado.
“ Em 2018, eu recebi uma medalha pela Câmara Municipal pelo projeto “Lê para mim”. Meus pais organizaram uma caravana vinda de Volta Redonda para que meus amigos e familiares de lá pudessem me parabenizar aqui em Angra dos Reis. Meu pai chorava igual a uma criança. Sou muito grata a eles- finalizou.
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