Newton CruzReprodução/GloboNews

O general Newton Cruz, ex-chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante a ditadura militar, morreu aos 97 anos nesta sexta-feira, 15. A informação foi confirmada pelo Comando Militar do Leste (CML).
O general estava internado no Hospital Central do Exército, em Benfica, na Zona Norte do Rio, e sua morte foi em decorrência de causas naturais. Ele foi chefe do SNI entre os anos de 1977 e 1983.
O general não chegou a ser condenado ou preso pelas acusações de crimes na ditadura militar. Em 2014, ele foi denunciado pelo Ministério Pública Federal (MPF) por participação no atentado a bomba do Riocentro em 1981. Porém, a Justiça Federal concedeu habeas corpus meses depois aos cinco militares e delegado ligados ao caso.
Uma entrevista ficou conhecida pela agressividade do general. Em 1983, durante uma entrevista coletiva, o general mandou um jornalista calar a boca, pegou pelo braço e o arrastou. Em seguida, ele chamou o profissional de "moleque" e o obrigou a pedir desculpas.
No mesmo ano, Newton Cruz foi acusado pela participação no assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista O Cruzeiro. Uma reportagem da revista Veja apontava que o general era a pessoa mais interessada em sua morte. No entanto, ele foi julgado e absolvido pelo crime em 1992. Na Comissão da Verade, o general foi apontado como um dos 377 militares que praticaram crimes durante a ditadura. 
Ele chegou a ser candidato ao governo do Rio pelo PSD em 1994, mas terminou em terceiro colocado no primeiro turno, atrás de Marcello Alencar (PSDB) e Anthony Garotinho (PDT). Ele deixa quatro filhos.
Em nota, o CML afirmou que "nesse momento de consternação, os integrantes do CML solidarizam-se e rogam a Deus pelo conforto de familiares e amigos do general Newton Cruz". O CML informa que, em respeito à família, não serão divulgadas as informações relativas ao sepultamento.