Professor de artes, Marcelo Faleiro, é acusado de assédio por alunasReprodução
As novas acusações apontam que Marcelo já teria beijado à força uma aluna e tentava cercar outra no corredor da escola. Muitas denúncias apontam que o docente tinha o costume de alisar o corpo e acariciar os seios das adolescentes.
Um grupo foi criado nas redes sociais e nomeador "Tira o Marcelo da escola", para reunir vítimas do professor de artes e apoiadores das meninas. Lá, as adolescentes tornam públicas as ações que sofreram. Nele, há 101 integrantes e grande parte alega ser vítima de assédio.
Em um relato, uma das adolescentes diz que Marcelo deu um beijo forçado em sua boca, "Ele me agarrou e enfiou a língua na minha boca, eu virei o rosto, mas ele me agarrou", disse. O DIA apurou que mais duas alunas dizem que o homem tentou beijá-las forçadamente.
Já outra vítima diz que o homem sempre insinuava que queria ser seu namorado, além de fazer elogios a partes de seu corpo "(Ele) fica me alisando toda vez que me vê, e fica falando que adoraria me ter como namorada. Fora que ele também já disse que minha bunda deveria ser uma delícia".
Numa publicação no Twitter, uma ex-aluna narrou que, em 2016, uma colega de escola havia prestado queixa contra o professor com denúncias bem parecidas com as atuais e, mesmo com a polícia envolvida, ele voltou a lecionar na unidade escolar.
Os relatos não param por aí. Fora do colégio, Marcelo também assediava as alunas por meio das redes sociais. Em outra denúncia, ele aparece perguntando o motivo de não estar mais vendo a aluna e a pergunta se está chateada com as atitudes dele. No decorrer da conversa, a convida para sair. Em outra rede social, Marcelo aparece pedindo para enviar um vídeo da adolescente para outra pessoa.
Desde o ocorrido, o professor de artes desativou todas as suas redes sociais, além de deixar um "recado" por meio de sua foto de perfil no Instagram antes de apagar a própria conta. Além disso, até o momento, seu telefone está desligado e seu paradeiro é desconhecido.
A secretaria informou que a investigação está dentro do prazo de 30 dias para esclarecer todos os fatos. Ao final, o relatório será entregue à corregedoria da pasta. O docente terá direito à defesa e, por último, será submetido à Assessoria Jurídica da Seeduc para decidir se caberá penalidade ao professor que poderá ser desligado da rede.
A Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada na Deam de São João de Meriti e a investigação está em andamento para esclarecer os fatos, mas não respondeu aos questionamentos sobre as atualizações do caso até a publicação da matéria.
O professor foi suspenso preventivamente da unidade escolar e também foi chamado à Diretoria Regional de São João de Meriti para prestar esclarecimentos, mas não compareceu na data marcada. A investigação segue à revelia.
Relembre o caso
Na última segunda-feira (11), uma aluna, de 14 anos, teria chegado em casa chorando após a aula, relatando ter sofrido assédio sexual cometido pelo professor. "Eu saí pra pegar uma caneta, ele me cercou no corredor e falou que eu era muito bonita, que era um casal bonito (sic), e ficou mordendo a boca. Ontem era aula dele, a gente começou a cantar, do nada parou na minha mesa e passou a mão no meu peito. Ai os meninos começaram a gritar", disse a estudante.
Após o relato, a mãe da adolescente foi até a escola denunciar o professor e logo depois se encaminhou à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). "Como fica com o psicológico da minha filha agora? Não posso ficar calada", disse ela.
Nesta terça-feira (12), o Conselho Tutelar se reuniu com a direção do colégio, responsáveis e alunos para ouvir os relatos de assédio. Depois da reunião, foi realizado um protesto na porta da instituição.
Foi assim que deu policia na escola, a direção passando pano e ai começou a se espalhar, felizmente o professor foi afastado, mas isso depois de 12 ocorrências de doze alunas diferentes. pic.twitter.com/leKZwlZ3dr
— (@KOOBR4T) April 12, 2022
Nas redes sociais, os alunos expuseram as mais diversas situações em que o homem teria as exposto, inclusive, em uma das publicações, aparece um vídeo em que o professor de artes Marcelo Faleiro aparece chamando dois alunos adolescentes para brigar fora da escola. Depois da situação, Marcelo foi embora e não retornou à instituição.
Hoje (11/04) Um professor da rede pública do colégio Caetano belloni assediou uma aluna do 9º ano e ameaçou 2 alunos, porém, a escola fez algo? NÃO! e ele simplesmente vai dar aula amanhã, mas quando o assunto de assedio correlacionado ao professor se estendeu pic.twitter.com/NNFmqNHpyX
— (@matheuss_jj) April 11, 2022
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