Entre os alvos está o ex-secretário de Saúde de Arraial do Cabo, Antônio Carlos de Oliveira, conhecido como Kafuru, que deixou o cargo há cerca de cinco meses. Além de Arraial do Cabo, os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em outros quatro municípios: na capital do Rio, Armação dos Búzios, Saquarema e São José de Ubá. A Operação foi denominada "No Fio do Bigode”, uma referência à celebração de acordos sem registros oficiais.
Os mandados são cumpridos no Hospital Geral de Arraial do Cabo (HGAC); no Hospital Municipal Rodolpho Perissé, em Armação dos Búzios; na Clínica da Mulher, em Saquarema; e em endereços de empresas e de residências ligadas aos investigados, entre eles, uma fazenda, em São José de Ubá.
A ação faz parte de uma investigação da 132ª Delegacia Policial, realizada em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE-RJ), que apura fraudes em licitação, irregularidades na contratação, por parte da Prefeitura de Arraial do Cabo, de dois laboratórios de análises clínicas, cobrança por exames que nunca foram feitos e falta de assistência à população.
“Nós investigamos a existência de um esquema criminoso montado, desde 2017, para sugar os cofres da Secretaria Municipal de Saúde. E o que chamou muito a nossa atenção foi como esse grupo agiu de forma tão audaciosa, como se não temesse as autoridades e a Justiça”, disse a delegada de Arraial do Cabo, Patrícia Aguiar.
Ainda segundo a delegada, juntas, as empresas investigadas, que pertencem aos mesmos donos, teriam recebido da Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos quatro anos, cerca de R$ 6 milhões. A Polícia Civil trabalha no caso há seis meses e apura ainda que uma das empresas recebeu cerca de R$ 2,5 milhões durante um ano e meio sem ter qualquer tipo de contrato firmado com a prefeitura.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Em nota, a Prefeitura de Arraial do Cabo informou que a ação faz parte de uma investigação do ano de 2017 e apura possível envolvimento de ex-funcionários da secretaria de Saúde. O município disse ainda que "desde o início da investigação a secretaria tem colaborado com a Polícia Civil e com o Ministério Público prestando todas as informações solicitadas bem como apresentando todos os documentos". A secretaria de Saúde disse ainda que a procuradoria da secretaria acompanhou a diligência no HGAC, que buscava apreender documentos e contratos das empresas investigadas.