Galo responde a vários processos judiciaisFoto: Reprodução / Redes Sociais

ARRAIAL DO CABO – Se entregou nesta quarta-feira (31) à polícia, o ex-secretário de Ordem Pública de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio, Márcio Veiga de Oliveira, o Márcio Galo. Ele estava foragido desde a última sexta-feira (27), quando foi deflagrada a “Operação Parque Livre”, para combater crimes ambientais no Parque Estadual da Costa do Sol.
O delegado titular da 132ª Delegacia Policial, Ruchester Marreiros afirmou que Galo se entregou na delegacia de Cabo Frio, cidade vizinha, acompanhado por um advogado, depois de ter sido descoberto que estaria em um escritório de advocacia no município. Com a prisão do ex-servidor público, o número de presos na operação sobe para sete.
De acordo com a Polícia Civil, entre os alvos que continuam foragidos, estão o ex-prefeito do município, Renatinho Vianna, apontado como o líder da organização criminosa que praticava crimes ambientais, além do ex-secretário de Meio Ambiente, Márcio Croce, e o ex-chefe do Parque Estadual da Costa do Sol, André Luiz Cavalcanti.

Márcio Galo também responde a outros processos judiciais, sendo o mais recente com base na lei Maria da Penha. Em maio deste ano, ele foi alvo de busca e apreensão em uma ação da Polícia Civil, após ter sido denunciado por ameaça contra a ex-companheira, com quem ele tem uma filha pequena. Já em março de 2020, Galo, que também é PM aposentado, havia sido alvo de outra operação, acusado de exigir pagamento de vantagem indevida para a realização de eventos na cidade, ainda quando ocupava o cargo de secretário de Ordem Pública. O DIA não conseguiu contato com a defesa dele.

AS INVESTIGAÇÕES DA OPERAÇÃO PARQUE LIVRE

As investigações revelaram que os suspeitos de integrar a quadrilha liderada pelo ex-prefeito, desmataram uma área de preservação e fizeram o loteamento Miguel Couto, no distrito de Monte Alto, e teriam liberado, a partir de 2017, a construção de imóveis, em área não edificável, no Parque Estadual da Costa do Sol, para obterem vantagem indevida com a venda e exploração do solo.
A Polícia Civil identificou ainda que a organização garantia que houvesse o impedimento direto e efetivo das ações de fiscalização dos guarda-parques, permitindo o avanço das invasões irregulares e das construções ilegais em Monte Alto. Durante o inquérito, os agentes também apuraram que, ainda faziam parte do grupo, PMs e bombeiros militares, cujo porte de arma impunha medo nos fiscais e na população local em se opor às suas determinações.
Os denunciados vão responder por diferentes crimes, como organização criminosa, ocupação e uso irregular do solo urbano, resistência qualificada, prevaricação, falsidade ideológica, entre outros. Durante a operação, foram apreendidos celulares, documentos e uma arma, na casa de um dos alvos.