Uma mulher que trabalhava em um cartório foi presa por facilitar a falsificação de documentos na manhã desta quinta-feira (13)Letycia Rocha (RC24h)

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), uma operação para desarticular uma quadrilha que praticava golpes de vendas de terrenos e imóveis em Cabo Frio, na Região dos Lagos, e na Zona Oeste do Rio. Uma mulher, identificada como Natália Maria Diniz Ribeiro, foi presa por volta das 6h. A escrevente do cartório de notas foi capturada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
De acordo com os investigadores, ela era uma das integrantes da organização criminosa e responsável pela falsificação dos documentos, por trabalhar em um cartório.
“O que mais chamou nossa atenção foi a participação de uma funcionária de um cartório de notas do Rio de Janeiro – ela dava credibilidade ao esquema. A vítima era levada ao cartório para fechar a compra do terreno. Essa funcionária do cartório, que é integrante da quadrilha, conferia toda a documentação e dava o ok para a vítima fazer o pagamento. Nesse momento, a vítima já estava sendo ludibriada, pagando milhares de Reais e achando que estava fazendo o negócio jurídico perfeito quando, na verdade, estava sendo vítima de um golpe”, explicou o delegado Ângelo Lages.
As investigações começaram em maio do ano passado, quando uma vítima compareceu à 66ª DP e informou que havia sido vítima de estelionatários e que teve um prejuízo de R$ 200 mil na compra de um terreno em Cabo Frio.
Além de facilitar a documentação no cartório, Natália também ajudava os elementos a identificar quais terrenos poderiam ser usados no golpe e escolher os alvos do esquema.
A “Operação Terreno Alheio”, da 66ª Delegacia de Polícia de Piabetá (66ª DP), busca cumprir oito mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Ainda no início da manhã, sete pessoas já estavam presas – entre elas, um homem apontado como líder da quadrilha e a mãe dele, em Campo Grande.
Segundo as investigações, a organização contava com integrantes responsáveis pela falsificação de documentos, possuía um núcleo voltado para captação de potenciais vítimas, além da funcionária do cartório, que passava a impressão de legalidade ao golpe.
Além dos imóveis em Cabo Frio, os agentes também descobriram que terrenos na Zona Oeste carioca eram vendidos com escrituras falsas.