A candidatura do Faraó dos Bitcoins, Glaidson Acácio dos Santos (DC), ao cargo de deputado federal pelo Rio de Janeiro corre risco de ser impugnada. O Ministério Público Eleitoral (MPE) alega que o empresário está inelegível, já que é administrador das empresas G.A.S. Consultoria & Tecnologia e G.A.S. Assessoria & Consultoria Digital, ambas em recuperação judicial, e devido a acusação de crimes contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O pedido de impugnação já foi enviado à Câmara dos Deputados, em Brasília, e deve ser analisado até o dia 12 de setembro pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
No documento que pede a exclusão da candidatura do Faraó também constam pedidos de suspensão da utilização do horário eleitoral e da utilização do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
Conforme a Lei Complementar Federal nº 64, é previsto que diretores e administradores de estabelecimentos de crédito em recuperação judicial são inelegíveis.
O Ministério Público Federal afirma que Glaidson estava ciente da inabilitação para o exercício do cargo, mas, mesmo assim, escolheu ser candidato. Essa insistência em concorrer ao cargo serve para prolongar os atos de campanha eleitoral para utilização indevida de recursos públicos, ainda de acordo com o MPF.
Nesta quinta-feira (25), Glaidson completa um ano na prisão. Esta é a primeira vez que o empresário tenta se eleger politicamente. Como domicílio eleitoral, ele declarou um imóvel na Rua Omar Fontoura, no bairro Braga, em Cabo Frio, e declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possuir R$ 60 milhões e 450 mil reais, sendo a maioria em investimentos. O registro de candidatura do Faraó dos Bitcoins foi protocolado pelo partido Democracia Cristã (DC).
SETE CANDIDATURAS QUESTIONADAS
O MPE no Rio de Janeiro remeteu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mais sete ações de impugnação de registros de candidatura (AIRC). Esse conjunto se refere a três políticos com candidaturas a deputado federal e quatro candidaturas para a Assembleia Legislativa (Alerj). As ações se juntam às 17 propostas a partir de editais de registros de candidaturas publicados anteriormente em Diário Oficial.
Nas ações movidas no TRE, a procuradora regional eleitoral Neide Cardoso de Oliveira e os demais membros do MPF ressaltaram dispositivos da Lei da Inelegibilidade – LC 94/90, conforme redação da chamada “Lei da Ficha Limpa” – e da Constituição Federal.
Os candidatos a deputado federal com pedido de registro contestados pela PRE/RJ são o ex-senador e ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindbergh Farias (PT), o ex-prefeito de Volta Redonda Samuca Silva (União) e o gestor da GAS Consultoria Glaidson Acacio (DC).
As quatro candidaturas à Alerj que passaram a ser questionadas são de Milton Rangel (Patriota), Wallace Anabal (Agir), Amaral (Agir) e Egger (DC).
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.