Wilson Witzel vai ficar afastado do cargo por pelo menos seis meses - Gilvan de Souza/ Agência O DIA
Wilson Witzel vai ficar afastado do cargo por pelo menos seis mesesGilvan de Souza/ Agência O DIA
Por Leonardo Maia
Campos — O que era a esperança de um reforço no combate ao coronavírus em Campos, e a possibilidade de um relaxamento nas medidas restritivas da quarentena, se transformou numa grande dor de cabeça para o governo municipal. O prefeito Rafael Diniz não nem um pouco satisfeito, ao descobrir pela imprensa, que o governador Wilson Witzel pensa em desistir de erguer o hospital de campanha na cidade, depois de a obra estar praticamente de pé.
“A cada dia, as notícias sobre o Hospital de Campanha só nos causam espanto”, lamenta Diniz. “Enviamos ofício hoje, ao Governo do Estado, questionando a respeito dessa possibilidade da não conclusão de algumas unidades dos hospitais de campanha”.
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O tema está unindo situação e oposição. O deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), principal concorrente de Diniz pela prefeitura de Campos na eleição deste ano, também notificou o governador e solicitou, em caráter de urgência, a implementação de leitos extras de enfermaria e UTI dos hospitais de Campos, até que o hospital de campanha fique pronto, ou até que a lotação das unidades da cidade caia abaixo de 70%.
A estrutura provisória para receber os pacientes da covid-19 no município, que está sendo erguida em terreno de fácil acesso na Avenida 28 de março, foi inicialmente prometida para o fim de abril. Quatro adiamentos depois, o novo prazo é o dia 12 de junho.
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“Campos é polo regional, atende pacientes de municípios vizinhos . Daí a importância deste hospital. Só temos, mais uma vez, a lamentar toda essa situação”, ressaltou Diniz.
Toda o processo de construção do hospital de campanha, em Campos, foi tumultuado. A oferta partiu de Witzel, que apenas pediu à prefeitura para indicar o local mais apropriado. Diniz conta que foram sugeridos vários terrenos e espaços públicos, mas o governo estadual optou por um terreno particular na principal avenida da cidade, local onde costumam ficar os parques de diversão itinerantes que visitam os campistas.
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Atualmente, o Centro de Combate ao Coronavírus é a unidade de referência para acolhimento dos contaminados pelo coronavírus. Dos 19 leitos de UTI do espaço, montado em cindo dias pela prefeitura, 15 já estão ocupados; assim com 33 dos 60 leitos de clínica médica. Porém, as autoridades médicas campistas destacam que as cidades do interior estão atrás da região metropolitana do Rio no que se refere a curva de propagação da doença, em cerca de uma semana. A expectativa é de que a pandemia ainda demore para apresentar tendência de queda por aqui.