O imponente Teatro Municipal Trianon, em Campos, também abriga os escritírios da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima - Renan Liu/Divulgação prefeitura de Campos
O imponente Teatro Municipal Trianon, em Campos, também abriga os escritírios da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo LimaRenan Liu/Divulgação prefeitura de Campos
Por Leonardo Maia
Campos — A crise econômica da prefeitura de Campos não vê luz no fim do túnel. Diversos prédios históricos da cidade têm sofrido com cortes sucessivos do fornecimento de energia devido ao não pagamento das contas. O Teatro Municipal Trianon e o Museu Histórico de Campos ficaram sem luz nesta terça. Na quinta passada, o mercado popular e o Arquivo Público também sofreram com a suspensão da energia por falta de pagamento.
Fachada do Museu Histórico de Campos, que teve o fornecimento de energia suspenso - Divulgação prefeitura de Campos
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De acordo com a Enel, a medida só foi tomada depois de muitas tentativas de renegociar a dívida da prefeitura. Essa, por sua vez, alega que a concessionária tem “conduta abusiva” ao cobrar todos os débitos em uma única fatura, e não separar o valor de cada imóvel.
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“Há mais de um ano, foi solicitada a Enel emissão de conta com código de barra individual para pagamento de fatura. Esse pedido havia sido negado pela concessionária — que agrupa as contas de vários imóveis numa única fatura, fazendo com que o valor da conta fique muito elevado”, diz a nota da prefeitura, que também informa que a procuradoria do município vai acionar a Enel judicialmente para reestabelecer o fornecimento de energia.
Não é a primeira vez que o Trianon e o Museu Histórico têm a luz cortada. Entre 27 de maio e 26 de junhos, os dois prédios ficaram às escuras.
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No caso do museu e do Arquivo Público, a falta de energia tem consequências diretas e possivelmente irreversíveis na preservação do patrimônio histórico da cidade, uma vez que equipamentos essenciais para evitar a degradação de documentos e peças (como aparelhos de ar condicionado) não podem ser usados.
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A prefeitura argumenta que a queda aguda de arrecadação dos últimos anos, principalmente por causa dos cortes no repasse dos royalties e agravada pela pandemia do coronavírus, força a administração municipal a priorizar pagamentos, e que busca alternativas para quitar os mais essenciais, entre eles o fornecimento de energia dos prédios públicos.