Thainara Abreu, 21 anos, que era estudante da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).Foto: Reprodução.

CAMPOS - O momento é de dor, mas a decisão da família da jovem Thainara Abreu, de 21 anos, dará nova vida a outras pessoas. Nesta quarta-feira (14), o programa Norte Fluminense Transplantes (NF Transplantes), que funciona no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos dos Goytacazes, fez a captação de órgãos de Thainara que morreu, vítima de um traumatismo craniano.

Nesta terça-feira (13), a morte cerebral da jovem, que sofreu um acidente de moto na última sexta-feira (9), em Campos, foi confirmada. A captação foi realizada após a família de Thainara Abreu, 21 anos, que era estudante da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), autorizar o procedimento.


A família de Thainara permitiu a doação do coração, fígado, rins, córneas, pulmões, pâncreas e válvulas cardíacas, beneficiando cinco pessoas que estavam na fila de espera para receber as doações. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a taxa de doadores efetivos caiu 6,5% no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado.

Normalmente, uma doação pode alcançar até 2,6 transplantes. Três em cada 10 pacientes com morte cerebral viram doadores de órgãos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, atualizados em 2019.

Outra doação de órgãos em Campos

A última captação de órgãos no município havia acontecido no início de junho, quando foram doados dois rins e o fígado de um homem de 51 anos, que sofreu um Acidente Vascular Encefálico (AVE), após sofrer uma queda no banheiro de casa. As doações desses órgãos beneficiaram quatro pessoas.


Diagnóstico e doação

Se a pessoa decidir que quer ser um doador de órgãos e tecidos, é fundamental que a família do doador saiba desse desejo. Essa conversa é importantíssima para que ninguém tenha dúvidas da vontade do doador. Até dez pessoas diferentes podem ser salvas com apenas uma doação.

O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Em 2017, o CFM retirou a exigência do médico especialista em neurologia para diagnóstico de morte encefálica, assunto amplamente debatido e acordado com as entidades médicas.

Deste modo, a constatação da morte encefálica deverá ser feita por médicos com capacitação específica, observando o protocolo estabelecido. Para o diagnóstico de morte encefálica, são utilizados critérios precisos, padronizados e passiveis de serem realizados em todo o território nacional.