Estudantes do curso de Medicina Veterinária irão vacinar os animais sob a orientação de docentes.Foto: Divulgação.
“A brucelose é uma das zoonoses que mais acometem os trabalhadores rurais e profissionais de saúde, como nós médicos veterinários. Além disso, no rebanho bovino, pode gerar impactos negativos na produtividade da fazenda, como na morte de bezerros e queda na produção de leite. E por isso, acho muito interessante que nossos alunos acompanhem esse programa de prevenção obrigatória e de grande importância para o rebanho bovino, pois futuramente, no âmbito da profissão, caberão também a eles a responsabilidade da prevenção contra a brucelose em nosso país.”, comenta Alessandra P. Motta, coordenadora e docente do Curso de Medicina Veterinária da Estácio de Campos dos Goytacazes.
Sobre a Brucelose
A brucelose é uma doença infectocontagiosa crônica causada por bactérias do gênero Brucella spp. da família Brucellaceae, que acomete diversas espécies de animais. De caráter zoonótico, a brucelose pode ser transmitida ao homem na maioria das vezes, por contato direto ou indireto com animais e seus produtos derivados contaminados, principalmente pelo contato direto com secreções e excreções de animais infectados e através da ingestão de carne mal-cozida, leite cru ou produtos lácteos que contém a bactéria. Nos humanos, a brucelose pode causar febre, dores de cabeça, dores articulares e lombares, mialgia e mal-estar, que atinge principalmente trabalhadores que manejam animais, da cadeia de produção de carnes, laticínios e seus derivados, podendo atingir também médicos veterinários.
A brucelose bovina é uma doença causada pela bactéria Brucella abortus. O abortamento, que é o principal sintoma dessa enfermidade nos bovinos, ocorre geralmente no último terço da gestação. Além disso, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, inflamação das articulações e inflamação dos testículos também são sinais clínicos apresentados. Na bovinocultura, a principal fonte de transmissão é representada pela vaca prenhe, que elimina grandes quantidades do agente por ocasião do aborto ou parto, contaminando pastagens, água, alimentos e fômites. Em relação aos prejuízos, pode-se apontar queda da produtividade, menor produção de leite, baixos índices reprodutivos, aumento no intervalo entre partos, morte de bezerros precocemente e perda de animais.
Uma das principais medidas de controle da brucelose bovina é a vacinação. Fêmeas, entre três e oito meses de idade, devem ser vacinadas obrigatoriamente. No Brasil, as vacinas utilizadas para prevenção das infecções são a B-19 ou RB-51. A B-19 é atualmente a mais utilizada pelos pecuaristas em programas de controle da brucelose devido ao menor custo. A realização periódica de exames de diagnóstico no rebanho também é estratégica para a erradicação.
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