Alcimar diz que o início da guerra contribuiu para alta no preço do barril de petróleo Foto Uenf/Divulgação

Campos - “A volatilidade do preço do petróleo traz benefícios e problemas para o Brasil”. Quem afirma é o economista e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Alcimar das Chagas. Ele traça um breve diagnóstico do que tem alterado valores no setor petróleo, entre efeitos positivos e colaterais.
Do lado positivo, o economista afirma que, além do aumento das receitas de exportação da commodity, a evolução dos preços internacionalmente reflete na distribuição dos royalties e participações especiais da produção internamente. “Aí está a explicação para o aumento dos royalties distribuídos em março para os municípios da Bacia de Campos”, aponta.
“Esses valores se referem à produção de janeiro, que apresentou um incremento de 13,21% em relação a dezembro, enquanto o preço do barril de petróleo subiu 3,39% no mesmo mês”. Alcimar acredita que esse incremento deva se repetir nos próximos meses.
No entanto, o economista observa que não se deve ignorar que a Bacia de Campos é madura em função de quatro décadas de operação e, portanto, tem problemas de produtividade. Fazendo coro com os economistas que avaliam o mercado internacional de petróleo, Alcimar das Chagas resume a influência da guerra Russa/Ucrânia no quadro. .
A conclusão de Alcimar é que o início da guerra gerou forte especulação, elevando o preço do barril de US$94,43 no final de fevereiro para US$112,33 no início e março, atingindo o topo de US$128,59 em oito de março. “Essa volatidade tem impactos importantes no mundo e principalmente no Brasil, que é exportador de petróleo bruto e importador de derivados de petróleo. Daí a inflação interna”, acentua.