Álvaro Oliveira observa que a posição de Fred condiz com o que o colega defendia em 2020 Foto Divulgação

Campos - O maior município do interior do Estado do Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, corre risco institucional grave em um momento de retomada da economia, com recorde na abertura de empresas, na emissão de notas fiscais, na formalização de MEIs, com Nota A do Tesouro Nacional.
A ameaça nasce da proposta de vereadores de oposição de fixar em apenas 5% o limite para remanejamento do Orçamento de 2023 – hoje é de 30%. A Câmara apresentou uma emenda para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) fixando a margem de remanejamento do Executivo em apenas 5%; um voto contrário que surpreendeu foi de Fred Machado, segundo o líder do governo, Álvaro Oliveira.
Fred deu declarações públicas durante a semana, afirmando que não concorda com a proposta de 5% e que o razoável seria ao menos o patamar de 20%. O líder do governo aponta bom senso na posição do colega, sob argumento de que “o percentual, hoje, é 30%, sendo que nas últimas 10, nunca foram inferiores a 20%”.
Oliveira lembra que, em 2020, quando presidente do Legislativo, Machado recorreu ao então deputado federal Wladimir Garotinho, pedindo que ele conversasse com os vereadores ligados ao seu grupo para que fosse possível aprovar uma margem de 20%, contra os 10% propostos por vereadores do bloco independente.
“A alegação de Fred era que 10% iriam engessar a gestão do prefeito Rafael Diniz”, diz o líder governista, ressaltando que, “essa semana, Fred Machado deu declarações dizendo que não concorda com apenas 5% de remanejamento para Wladimir, alegando que se 20% seriam justos para Rafael deveriam ser também agora”.
À época, Wladimir como deputado federal, disse que ele era “oposição ao prefeito, não à cidade”, e que não concordava com o índice de 10% que iria prejudicar a cidade. Agora, Fred Machado afirma que a proposta da oposição (da qual ele faz parte) de apenas 5% de remanejamento pode deixar Campos em uma encruzilhada orçamentária.
Na opinião de Machado, exposta em entrevista na rede social, “o Legislativo tem que fiscalizar, mas não chamar para si uma responsabilidade do Executivo”; o vereador conclui que a intervenção da Câmara sobre matéria de prerrogativa da prefeitura pode levar a população a uma imagem negativa dos vereadores: “reduzir para 5% pode passar à população a impressão que queremos achacar a prefeitura”.