Paulo MárcioPaulo Márcio

Rezar por pacientes ajuda na sua recuperação? A Ciência já se debruçou sobre o assunto. Cientistas religiosos mais conhecidos da Grã-Bretanha deram seu apoio a uma iniciativa financiada para testar a proposição de que rezar por pacientes doentes contribui para sua Saúde. Não se chegou a uma conclusão.

Uma pessoa de fé diria que a pesquisa pode ter sido interessante, mas o fato é que todos nós que rezamos há muito tempo, já vimos prece funcionar. E as pesquisas sobre a oração e a espiritualidade estão apenas começando. Tem muito caminho pela frente. Se sabemos que a partir de nossa fé, a oração funciona, vamos continuar rezando, é claro.

E afinal: preces são ou não são úteis? Sim, são. Para nós, que cremos em Deus, acreditamos que Ele estabeleceu leis eternas, às quais todos somos submetidos. Mas, péra aí: o caminho dos espíritos não já está traçado? Então, é inútil orar por eles, certo? Afinal, eles não podem mudar a ordem imutável das coisas. Pedir-lhes através da oração então, prá quê?
Os que creem na comunicação dos espíritos defendem a eficácia da prece. E a forma como ela age. É incalculável o poder do pensamento. Como também é o poder da prece, um pensamento dirigido para um fim determinado. Para alguns, a expressão prece só desperta a ideia de um pedido: “Vou rezar para conseguir ganhar a megasena”. Errado. A prece é um ato de humildade diante do poder de Deus.
Espíritos são almas e a prece é uma ferramenta valiosa para sua interação, para a identificação de seus pensamentos.
Prece é também uma lembrança aos que são importantes em nossas vidas. Aliás, se rezamos por alguém, é porque achamos que esse alguém necessita de uma prece. E quem pede, tem a certeza de sua necessidade. Recusar uma prece é como negar um prato de comida a quem tem fome. Imperdoável.
Preces causam transmissão fluídica. Isso se vê em algumas doenças. As correntes espirituais são poderosíssimas, capazes de verdadeiros milagres, quando todos estão verdadeiramente concentrados. Preces existem em todo o planeta, em todas as civilizações. Talvez tenha surgido de forma instintiva no homem. Cada um reza à sua maneira, sendo a prece uma necessidade do ser humano, não importa sua religião e sua nacionalidade.

Repare que depois da prece, as pessoas mais vulneráveis sentem-se mais fortes. Os melancólicos, depois de rezarem, sentem-se confortados. A prece é o suporte espiritual mais significativo para quem enfrenta dificuldades. A prece transporta sua alma, aproximando-a das entidades espirituais que já deixaram nossa dimensão. É através da prece que chegamos aos entes queridos desencarnados. É através da prece que acalmamos nosso espírito quando tomado pelo rancor ou pelo sentimento da vingança. No auge da prece, é como se nos desmaterializássemos, deixando os maus pensamentos para trás e nos aproximando dos bons espíritos.

Não há como rejeitar a importância da prece, um ato que só pode ser feito através dos sentimentos mais profundos de nossas almas. É verdade que cada um deve orar como bem entender. É seu direito. O ato de rezar não é fruto da ordem de uma autoridade religiosa. É estritamente pessoal e não é imutável. O ser humano, durante uma crise, doença e sofrimento encontra-se fragilizado. Alguns, chegam ao ponto de dar cabo de suas vidas, tamanha a sensação de impotência e razão para sua existência.

A fé na oração é o elo que o mantém confiante no enfrentamento de suas crises existenciais ou não. E é através da prece que ele volta a ver a razão para existir e ter esperança. Prece e esperança andam juntas. Não temos o direito de privar alguém de esperança, pois pode ser tudo que lhe resta. Todos podemos fazer pouco com a fé, mas nada podemos fazer sem ela.

De todas preces, a que é considerada quase uma unanimidade nas religiões praticadas no Brasil é a de São Francisco de Assis:

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado;
Compreender mais que ser compreendido,
Amar, mais que ser amado.
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se nasce para a vida eterna…
Átila Nunes