Arte coluna Atila Nunes 05 fevereiroArte Paulo Márcio

Será que pais transmitem aos filhos uma parcela de suas almas? Felizmente ou infelizmente, pais só dão os corpos físicos através dos cromossomos. E por uma simples razão: a alma é indivisível. Por isso, um pai e uma mãe de pouca cultura, extremamente simples, podem ter filhos inteligentes, assim como pais com um quociente de inteligência alto podem ter filhos com QI baixíssimo. Partindo do princípio de que temos muitas existências, a quantidade de parentes é muito maior do que a que temos nesta vida.

Esta é a razão porque as várias existências corporais estabelecem entre os espíritos ligações que remontam às vidas anteriores. E explica a simpatia que surge, de repente, entre pessoas estranhas. Por trás daquele amigo por quem você desenvolveu uma amizade inexplicável pode estar um espírito que se esteve ligado por laços de consanguinidade em outra vida. Ah, sim, qualquer um pode ter tido por pai ou mãe um espírito que haja pertencido a outra raça ou sexo.

Não é incomum os pais transmitirem fisionomias semelhantes aos filhos. Fisicamente, podem ser parecidíssimos. E os pais, podem transmitir também alguma semelhança de natureza espiritual? Na verdade, não. Diferentes são os espíritos uns dos outros. O corpo deriva do corpo, mas o espírito não procede do espírito.

Existem, contudo, similitudes espirituais entre pais e filhos. Grande influência exercem os espíritos dos pais sobre os filhos depois do nascimento deles. Ora, se os espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros, os espíritos dos pais têm por missão desenvolver os espíritos de seus filhos pela educação.

A grande e dolorosa questão é: por que de pais bons, sérios e dedicados, nascem filhos de natureza perversa? Por que é que as boas qualidades dos pais nem sempre atraem bons espíritos para habitar os corpos de seus filhos?
Pais podem melhorar o espírito do filho. É óbvio que maus filhos são uma provação para os pais. A origem da semelhança de caráter que existe entre dois irmãos, particularmente os gêmeos, nada mais é do que espíritos simpáticos que se aproximam por analogia de sentimentos e se sentem felizes por estar juntos.
Existem, contudo, casos de gêmeos que nem sempre nutrem simpatia um pelo outro. Aliás, não é regra que os espíritos dos gêmeos tenham empatia um com o outro. Isso vale para as crianças xifópagas, aquelas que nascem ligadas fisicamente. É óbvio que elas têm duas almas!

E fisicamente? O espírito conserva os traços das suas existências posteriores? Seguinte: o novo corpo não tem nenhuma relação com o anterior, o da outra vida. Corpo é unicamente matéria, embora se costume dizer que os olhos são o espelho da alma.
Repare que uma pessoa não muito bonita, quando nela habita um espírito bom e humanitário, tem alguma coisa que agrada, ao passo que há rostos belíssimos que não causam qualquer impressão. Algumas, aliás, chegam a causar repulsão. Corpos bonitos não são necessariamente os envoltórios de espíritos perfeitos.

Isso nos leva à reflexão de como é a aparência dos espíritos depois da morte física. Parecerão com os fantasmas dos filmes de terror? Ou tomam alguma forma de névoa? Pois é, nem uma coisa, nem outra. Os espíritos mantêm a aparência que tinham quando encarnados no corpo físico.

Péra aí! Se o corpo físico fica no túmulo, que corpo é esse que mantém a mesma forma quando espírito? Somos formados por três elementos: o espírito, o corpo físico, e o perispírito. O perispírito é o corpo espiritual. É formado de uma matéria imperceptível aos olhos comuns, mas visível aos que têm a faculdade mediúnica chamada vidência.

E não é só a aparência exterior que conservamos após o desencarne. Mantemos também todas as condições psíquicas que tínhamos na véspera. Sair do corpo físico não significa sair da vida. Pelo contrário.