Sabemos que a morte física (o desencarne) é inevitável. Para os que creem na reencarnação, a verdadeira vida não é a que estamos vivendo, a do plano físico. A vida espiritual sim, é a verdadeira vida, a vida normal do espíritoPaulo Márcio

Quase todo mundo tem medo de morrer, mas todos, sem exceção, têm medo de morrer de forma violenta. É natural que haja esse temor. A morte do corpo físico — o desencarne —, segundo os que creem na reencarnação, — tem interpretações que variam conforme a religião e a educação familiar.
Sabemos que a morte física (o desencarne) é inevitável. Para os que creem na reencarnação, a verdadeira vida não é a que estamos vivendo, a do plano físico. A vida espiritual sim, é a verdadeira vida, a vida normal do espírito. Nossa passagem por este planeta é transitória. Aliás, se compararmos a vida neste plano e a vida espiritual, podemos dizer que não conhecemos o verdadeiro significado da vida.
O corpo é o invólucro do espírito que dura um breve período de tempo. A verdade é que espíritos se sentem livres quando ocorre o desencarne, já que o corpo é como uma âncora que o prende na nossa dimensão. Para muitos, quando se fala da morte do corpo físico, vêm à baila as superstições, as crenças religiosas, as interpretações dos livros ditos sagrados e, às vezes, uma profunda desinformação a respeito da vida espiritual.
O fato é que muitos alimentam seu medo pelo peso de remorso pelas más escolhas na existência física. Durante a vida, o espírito está preso ao corpo por seu envoltório semimaterial, o perispírito. A morte é apenas a destruição do invólucro (o corpo). Quando o corpo se separa do corpo, cessa neste a vida orgânica. No instante da morte, o desprendimento do envoltório semimaterial (o perispírito) não acontece de repente. Ao contrário, acontece gradualmente, na maioria das vezes, lentamente.
Em alguns, contudo, é bastante rápido, podendo-se dizer que o momento da morte é também o da libertação. Para muitos, principalmente para os que priorizaram uma vida material, o desligamento é vagaroso, podendo durar dias, semanas e até meses. Quem passou pela vida física voltado para o bem, em paz com a sua consciência, de forma generosa com seu semelhante, é muito menor o medo da morte física. E quando ela ocorre, acontece num clima que produz calma e paz ao espírito. E no momento do seu desencarne, tudo ocorre de forma que que facilite sua adaptação na dimensão espiritual.
Outra característica para os que compartilharam a bondade nesta vida: no momento do desligamento do espírito do corpo físico não há sofrimento, mesmo que sua morte tenha acontecido numa condição violenta. Pessoas assim entram em estado breve de inconsciência, que lembra um desfalecimento. É óbvio que quanto mais o espírito tenha se dedicado à matéria, mais difícil lhe é se separar dela. Para os que passaram a vida de forma generosa, distribuindo boas ações, a separação do espírito do corpo começa com antecedência. Assim, quando chega a morte física, a separação é quase instantânea.
Nos minutos que antecedem o momento do desligamento final, denominado estado agônico ou estado de agonia, pode ocorrer algum grau de perturbação que pode ser mais leve ou mais pesado. Na passagem da vida corpórea para a espiritual, acontece a 'perturbação', quando a alma tem uma sensação que paralisa por algum tempo suas faculdades. Todas as suas sensações cessam. O momento crucial — o do último suspiro —, quase nunca é doloroso, porque, ocorre num momento de inconsciência. A alma, entretanto, sofre antes da desagregação da matéria durante as convulsões da agonia.
A intensidade do sofrimento é diretamente proporcional da empatia entre corpo e perispírito. Quanto maior for essa empatia, mais difíceis e demorados serão os esforços da alma para desprender-se. Para alguns, a ligação já é tão tênue, que o desligamento acontece por si mesmo, naturalmente. O espírito se separa do corpo como um fruto maduro que se desprende do galho. É o caso das mortes tranquilas, durante o sono, por exemplo.