Arte coluna Atila Nunes 30 abrilArte Paulo Márcio

Finalizando a abordagem sobre os principais gêneros de mediunidade, agrupamos as diferentes espécies de médiuns por analogia de causas e efeitos. São duas as principais categorias: médiuns de efeitos físicos, os que têm o poder de provocar efeitos materiais ou manifestações ostensivas e os médiuns de efeitos intelectuais que recebem e transmitem comunicações inteligentes.

Médiuns sensitivos: os capazes de sentir a presença dos espíritos, por uma impressão vaga ou material. A maioria distingue os espíritos bons dos maus.
Médiuns naturais ou inconscientes: os que produzem os fenômenos espontaneamente, sem participação da própria vontade e à sua revelia.
Médiuns facultativos ou voluntários: os que têm o poder de provocar os fenômenos por ato da própria vontade.
Médiuns tiptólogos: aqueles sob cuja influência se produzem ruídos e pancadas.
Médiuns motores: os que produzem o movimento dos corpos inertes.
Médiuns de translações e de suspensões: os que produzem a levitação e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio.
Médiuns de efeitos musicais: os que provocam a execução de composições musicais, sem qualquer contato com os instrumentos (são raros).
Médiuns de aparições: os que podem provocar aparições tangíveis e visíveis.
Médiuns de transporte: os que podem servir de auxiliares aos espíritos para o transporte de objetos materiais.
Médiuns noturnos: os que só obtêm certos efeitos físicos à noite.
Médiuns curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente pela imposição das mãos ou pela prece.

Na categoria de médiuns especiais para efeitos intelectuais se sobressaem:

Médiuns auditivos: os que ouvem os espíritos.
Médiuns falantes: os que falam sob a influência dos espíritos.
Médiuns videntes: os que veem os espíritos. A visão inesperada de um espírito é frequente.
Médiuns de pressentimentos: os que têm intuição do que ocorrerá no futuro.
Médiuns sonâmbulos: os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por espíritos.
Médiuns pintores: os que pintam ou desenham sob a influência dos espíritos.
Médiuns músicos: os que executam, compõem ou escrevem músicas, sob a influência dos espíritos.
Médiuns intuitivos: aqueles com quem os espíritos se comunicam pelo pensamento e cuja mão escreve o pensamento que lhe é sugerido sobre um assunto provocado.
Médiuns polígrafos: aqueles cuja escrita muda com o espírito que se comunica ou reproduzem a escrita que o espírito tinha em vida.
Médiuns poliglotas: os que têm a faculdade de falar ou escrever em línguas que lhes são desconhecidas.
Médiuns iletrados: os que escrevem incorporados, sem saber ler e nem escrever.
Médiuns de ditados espontâneos: os que recebem comunicações espontâneas de espíritos que se apresentam sem ser chamados.
Médiuns poéticos: embora não recebam comunicações em verso, as mensagens que chegam por intermédio deles são sentimentais.
Médiuns literários: dissertam com estilo correto, elegante e eloquência.
Médiuns historiadores: os que revelam aptidão para as explanações históricas, independentemente dos conhecimentos do médium.
Médiuns científicos: não são sábios, podem até ser muito ignorantes.
Médiuns receitistas: têm a especialidade de servirem mais facilmente de intérpretes aos espíritos para as prescrições médicas. Não se deve confundi-los com os médiuns curadores, visto que nada mais fazem do que transmitir o pensamento do espírito.
Médiuns filósofos: as comunicações que recebem têm por objeto as questões de moral e de alta filosofia.
Médiuns calmos: escrevem sempre com lentidão, sem agitação.
Médiuns velozes: escrevem com rapidez maior do que normalmente o fariam em seu estado habitual, o que causa enorme cansaço.
Médiuns convulsivos: ficam num estado de superexcitação quase febril. A mão e o corpo se agitam.
Médiuns obsidiados: os que não podem livrar-se de espíritos importunos e enganadores, mas que não se deixam iludir.
Médiuns subjugados: os que sofrem uma dominação moral e material por parte de espíritos maus.
 
Médiuns orgulhosos: os que se envaidecem das comunicações que lhes são dadas, julgando que nada mais têm a aprender. Não se contentam com as faculdades que possuem, querem ter todas.
Médiuns mercenários: os que exploram financeiramente suas faculdades.
Médiuns de má-fé: os que, possuindo faculdades reais, simulam faculdades que não têm, para se darem mais importância.
Médiuns egoístas: os que só se servem de suas faculdades para uso pessoal e guardam para si as comunicações que recebem.
Médiuns invejosos: os que olham com despeito outros médiuns.
Médiuns sérios: os que só se servem de suas faculdades para o bem e para

Todas estas variedades de médiuns apresentam uma infinidade de graus em sua intensidade. É muito raro que a faculdade de um médium se circunscreva rigorosamente a um único gênero. Um médium pode ter muitas aptidões, mas sempre haverá a predominância de uma, e essa que ele deve cultivar se for útil. É erro querer forçar a todo custo o desenvolvimento de uma faculdade que não se possua.

Átila  Nunes