Coluna Além da Vida: Prevendo o futuroARTE KIKO

Se na China existia o I Ching para prever o futuro e a Grécia tinha os seus oráculos, que buscavam respostas dentro dos animais, hoje existem também pessoas que são chamadas de superprevisores, capazes de fazerem previsões sobre o futuro.
Só que não são médiuns videntes. São os que preveem, por exemplo, se a Rússia iria realmente invadir a Ucrânia ou quem vencerá a Copa do Mundo de Futebol no Catar. O talento deles permite que examinem evidências e acabem chegando à conclusão do que poderá acontecer. Preveem baseados em dados, em informações obtidas em históricos e no desempenho dos envolvidos.

No mundo espiritualizado, a história é outra, não é baseada nos estudiosos das probabilidades. A manifestação dos espíritos não é um meio de adivinhação. Se fizermos muita questão de prever o futuro, com certeza, a resposta virá de uma entidade não evoluída, leviana. Uma entidade séria jamais se manifestará irresponsavelmente para nos ditar o que acontecerá.

Pode ocorrer, contudo, de espíritos anunciarem espontaneamente acontecimentos que se darão no futuro, quando a entidade prevê coisas que julgue conveniente revelar. É nesses casos que se deve ficar atentíssimo aos espíritos mistificadores, que se divertem em fazer previsões.

Têm algumas previsões que a gente tem que ficar desconfiado. Exemplo? Todas que não tiverem utilidade geral. Ocorre que espíritos anunciam acontecimentos que não se realizam. Na maioria das vezes, para se divertirem com o terror ou a alegria que provocam. Depois, riem da nossa reação.

Só que essas previsões enganosas trazem um objetivo mais sério: o de nos pôr à prova, observando nosso comportamento. Imaginemos a predição do que possa estimular a vaidade ou a ambição, como a morte de uma pessoa e a consequente expectativa de uma herança. Complicado, não é?

Espíritos sérios, quando pressentem um acontecimento, não determinam a data. Eles podem fazer que um acontecimento seja pressentido, o que é um aviso. Só que não avisam quando ocorrerá, seja porque não devem fazê-lo, ou também porque não podem, até mesmo em razão deles mesmos ignorarem. A entidade pode prever que um fato se dará. O momento exato, todavia, pode depender de acontecimentos que ainda não se realizaram.

Existem limites divinos que põem limites às revelações que podem nos ser feitas. Os espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo o que lhes é proibido revelar. É por indução que as entidades veem ou pressentem os acontecimentos futuros. Veem os acontecimentos se realizarem num tempo que eles não medem como nós.

Há pessoas dotadas de uma faculdade especial, que as faz entrever o futuro, aqueles cujas almas se desprendem da matéria. Nesse caso, é o espírito que vê. Quando julga conveniente, lhes é permitido revelar certas coisas objetivando o bem. Mesmo entre eles, todavia, há impostores e charlatães.

Há pessoas que são avisadas por pressentimento da época em que morrerão. Na maioria das vezes, é o próprio espírito delas que vem a saber disso, e que guardam, ao despertar, a intuição da época da morte. Essas pessoas, por estarem preparadas para isso não se amedrontam, nem se emocionam. Não veem nessa separação da alma e do corpo mais do que uma mudança de situação.

Creio que a maioria de nós, depois de uma séria reflexão, não faria questão de saber o que acontecerá em nosso futuro: o que acontecerá com nossos entes mais queridos, quem nos deixará, quanto tempo temos de vida, as dificuldades e doenças que nos acometerão e por aí vai.

Isso nos levaria a um grande sofrimento não nos permitindo viver o presente, já que se conhecêssemos o futuro, o presente não teria mais a mesma importância. As entidades evoluídas podem nos aparecer com avisos, é verdade, mas não necessariamente para nos amedrontar com notícias aterradoras, capazes de nos causarem profunda depressão.

Esta não é a função de espíritos evoluídos, avançados, iluminados.