O marido dela está internado no CTI, com coronavírus. Desde já, fica o abraço e a boa energia para que tudo dê certo.
“É uma doença solitária, o contato com familiar é proibido! E quem chega perto de você, está todo equipado para não se contaminar com o que mora dentro... De você”, escreveu Benito.
Li esse relato tomando o café da manhã. Parei algumas vezes. Olhar distante.
Fernanda me encarava pensando que estivesse acontecendo algo de pior, tipo uma falta de ar inesperada. “Tá tudo bem?”, perguntava repetidamente.
O texto de Isabele nos coloca no visor de uma sala de espera.
Não conheço Isabele, a não ser da maneira como milhões de pessoas.
Mas a dor dela me alcançou, me tirou do eixo, não pediu passagem.
Olho o texto e fico abismado. Me ponho no lugar de Isabele, me ponho no lugar do marido dela.
É tão forte pensarmos na solidão da distância forçada. É tão forte levantar a cabeça e tentar olhar o futuro. E forçar o futuro.
Isabele merece um abraço enorme. Isabele nos leva a entender que somos finitos. Isabele, em seu texto, é nosso Heidegger.
Esse coronavírus é isso. É a doença da solidão.
Fique em casa. Se proteja. Não tem sugestão melhor.
Leia Isabele.