Considerado por muitos o melhor lateral-esquerdo da história do Fluminense, Branco fez história também com a camisa da Seleção Brasileira, conquistando a Copa do Mundo de 94
Considerado por muitos o melhor lateral-esquerdo da história do Fluminense, Branco fez história também com a camisa da Seleção Brasileira, conquistando a Copa do Mundo de 94Reprodução
Por Thiago Gomide
Do alto do Maracanã, olhava para o campo e era inevitável procurar o Branco. Munido de minha camisa do Fluminense, aficionado por futebol e pelo clube, tinha no lateral meu ídolo. A volta dele em 1994 despertava carinho e uma pinta grande de esperança. Mesmo machucado, Branco era um grande jogador.
Acompanhado de meu pai – e, por vezes, de meu avô, vi Branco defender as cores do Flu. “Falta. Agora vem o petardo dele”, comemorava. O imaginário do pequeno torcedor era alimentado pelos mais velhos. Cresci ouvindo que Branco tinha o chute mais forte da história, que era o melhor esquerda do futebol e por aí vai. Percebe-se que não era só meu ídolo. Tal qual uma massa de apaixonados, meus familiares pularam como se não houvesse amanhã no título brasileiro de 1984, com Branco exibindo belíssima forma na camisa número 6.
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Quando estava 2 a 2 Brasil e Holanda, na Copa do Mundo de 1994, me recolhi para o quarto de minha avó. A família materna toda via no apartamento da rua Irmãos D`Ângelo, no centro de Petrópolis. Tinha 9 anos e percebia que a situação não se demonstrava das melhores. Os adversários aparentavam mais disposição. Foi Branco sofrer a falta (meu Deus, meus olhos se enchem de lágrimas), que pensei “lá vem o petardo!”. No momento em que a bola magistralmente estufou a rede, berrei muito. Pela casa, fui correndo e gritando “é do Fluminense. É do Branco!”.
O carro de bombeiros andava devagar pelo Aterro do Flamengo. Era madrugada. Junto de milhares de pessoas, eu e minha mãe aguardávamos os campeões. Em época pré-internet, acompanhávamos o trajeto por um rádio de pilha de um vizinho que foi no embalo. “Agora, eles estão em tal lugar”. Atrasou que foi uma desgraça. Os compromissos do dia seguinte teriam que esperar. Após muito tempo, a visão que nunca mais saiu da minha memória. Lá estava eu berrando “Branco, Branco, Branco!”. Era impossível ouvir, avalio hoje. Como em um filme, ele apontou pra mim e deu um sinal de positivo. Perguntava insistentemente à minha mãe se ela tinha visto o que eu vi. Não dormi aquela noite.
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No ano seguinte, Branco, meu ídolo ( ao lado de super Ézio), foi jogar no Flamengo, no centenário do rival. Não abalou em nada minha admiração, como acredito que aconteceu com a maioria dos tricolores. Algum tempo depois, na tristeza absoluta daquelas quedas, ele voltou. Voltou para (me) dar novamente alguma expectativa que algo melhor poderia ser gerado. Pouco produziu, mas foi simbólico acreditar no Fluminense naquele estágio – o mesmo digo de Carlos Alberto Parreira, homem responsável por nos tirar da terceira divisão, e que deveria ter uma estátua em Laranjeiras.
Além do fatídico dia do sinal de positivo, só cruzei com Branco uma única vez. Em Copacabana. Ele devorava um peixe ao molho de camarões, acompanhado de cerveja e de amigos. Já estava aposentado e talvez até fosse dirigente do próprio Fluminense. Ao vê-lo de perto, atravessou, em segundos, essa sequência de casos e emoções vividas com e por aquele rapaz. Passei reto, olhei duas vezes para trás e até hoje carrego a vontade de dizer “você me fez sonhar. Obrigado!”.
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Torcida por mais essa vitória
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Todo mundo está torcendo para que Branco saia logo dessa.
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Glória em destaque
Foi lançado ontem (21) um portal dedicado ao incrível bairro da Glória.
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“Idealizado pela museóloga Mariana Várzea com fotografias de Cesar Duarte será um convite a conhecer melhor esse patrimônio cultural, material e imaterial considerado o berço da urbanização do Rio”, diz a nota de lançamento.
Golaço! O bairro e a cidade merecem.
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Sérgio Sá Leitão
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O tricolor Sérgio Sá Leitão, atual secretário cultural do Estado de São Paulo, também está enfrentando a COVID-19.
Fica aqui a mega torcida por recuperação logo.
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Bruno Rainho e a TI da SME-Rio
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Bruno Rainho é o coordenador de Tecnologia da Informação (TI) da secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro. Na equipe Nuno Caminada, Ana Cristina Miguel, Flávio Vieira e Cláudia Villares.
Essa moçada está responsável pelo funcionamento do app “Rio Educa em Casa”, que promete levar aulas ao vivo e materiais exclusivos para os estudantes da rede.
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Hoje (22), o rapaz até vai fazer duas lives para explicar como acessar. As críticas serão analisadas.

Mais informações? Clique aqui.
A coluna inicialmente disse que a professora Joice Roddrigues era da equipe. Erramos.