Exposicao Nacional de 1922 - Selo Comemorativox

1922 foi um ano instigante tanto para São Paulo como para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
Em terras paulistanas rolou a Semana de Arte Moderna, menos valorizada na época, mas que se mostraria essencial para efervescer pensamentos e conceitos em diversos campos, entre eles cultura e educação. Era o rompimento com o passado. A sequência de atos aconteceu de 13 a 17 de fevereiro. 
A partir de Setembro foi a vez do Rio de Janeiro, com o peso de sede do poder nacional, abrir as cortinas para o futuro. Em diversos pontos do centro, em especial ao longo da avenida Rio Branco, diferentes e imponentes prédios públicos foram construídos ou adaptados para receberem empresas made in Brazil, delegações estrangeiras e ministérios do Governo do presidente Epitácio Pessoa. O propósito era simples e direto: vender o novo Brasil, mostrando as características modernas da capital do país, nossa cultura e avanços tecnológicos.
Foi nesse evento, por exemplo, que um veículo de comunicação deu o pontapé de maneira oficial: o médico e antropólogo Edgar Roquette-Pinto apresentou o rádio para uma curiosa multidão. O som da ópera "O Guarani", de Carlos Gomes, tomou conta do Rio. Era mais um cartão de que não tínhamos estacionado.Era mais uma forma de mostrar que, cem anos após a Independência, lutávamos para que o Brasil fosse encarado como unidade. 
Para quem gosta de um furdunço, adianto: as festas foram incríveis. Cervejarias, criadas na virada do Império para a República, promoveram verdadeiros momentos de arrasar quarteirão. Há historiadores que defendem que a Exposição foi fundamental para que Brahma e Antártica se consolidassem no gosto popular e que entendêssemos a relação entre cerveja e comemorações.
Do show da transmissão radiofônica aos encontros furtivos com a cervejinha, o público entendeu que tínhamos nos distanciado do país que por séculos foi tratado como "túmulo dos estrangeiros", que a Gripe Espanhola e o rastro de milhares de mortos no Rio tinham ficado na memória e até que as péssimas consequências econômicas da Primeira Guerra entraram em uma administração que nos permitia refletir sobre os próximos passos. Isso se soma a demonstração que vivíamos uma estabilidade política, o que sempre proporcionou mais tranquilidade em quem investe o dinheiro.
2022 é a chance de, além de comemorarmos nosso bicentenário da Independência, mostrarmos que o Rio de Janeiro (cidade e estado) está superando os mais diversos problemas, voltando a ser um reduto de garantias de investimentos externos, de bom relacionamento entre poderes, de centro criativo de um país que esbanja talento nessa área e por aí segue. Não quer inventar? Só ler o que foi feito em 1922. 
Se não formos nós a nos vendermos, quem será? Já passou da hora de pensarmos no que pode ser feito em 12 meses. 
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Atualização 1: novidades em 2022
A coluna foi informada por diferentes fontes que projetos especiais estão sendo tratados, em especial pelo Governo do Estado, para comemoração do Centenário da Exposição e dos 30 anos da ECO-92, evento que marcou o debate sobre sustentabilidade e boas práticas.
Editais são esperados, inclusive na Faperj, que é ligada à Secretaria de Ciência e Tecnologia. O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ é o professor Jerson Lima.
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Números do evento de 1922
14 países de 3 continentes estiveram presentes. Foram mais de 6000 expositores nacionais, mostrando as qualidades de todos os estados. 
É estimado que mais de 3 milhões de pessoas acompanharam a Exposição.