Kevin O Chrisfoto Divulgação

Por O Dia
Kevin O Chris é o segundo funkeiro mais ouvido no streaming na atualidade. O cantor, que veio da periferia, diz que foi salvo pela música: "A realidade das pessoas de onde eu vim na maioria das vezes leva pro lado errado". Muito reservado quando o assunto é vida pessoal, o funkeiro, de 23 anos, abre uma exceção ao falar do filho, Bryan: "Ele é o amor da minha vida e depois que ele nasceu procuro preservar ainda mais esse lado".
'Tipo Gin' virou o carro-chefe da sua carreira?
Hoje, sim. É a música que está me dando mais visibilidade e abrindo portas nesse momento. E pra mim isso é muito gratificante. Todo artista quer ver a sua música de trabalho explodir e virar referência. A gente trabalha e investe muito para isso.
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Esperava que essa música fosse explodir desse jeito?
Eu sempre soube que essa música seria um marco na minha carreira. O coração bateu mais forte quando ouvi ela pronta, finalizada. Os números de vez em quando me impressionam, claro, mas nunca duvidei do potencial desse trabalho.
Atualmente você é o segundo funkeiro mais ouvido no streaming e dificilmente você fica de fora das mais tocadas, já que costuma emplacar hit atrás de hit. Qual é o segredo?
Não tem fórmula mágica. O meu segredo é colocar o que tenho de melhor no meu trabalho e nunca parar de estudar e me aperfeiçoar. Costumo dizer que meu trabalho é sincero (risos). E isso significa que vem do coração e da vontade de levar alegria com a minha música para o maior número de pessoas possíveis. Ah, e claro: o estúdio não é nem minha segunda casa, já se tornou a primeira. Sem trabalho não acontece.
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O Kevin O Chris de 10 anos atrás imaginava que seria o que é hoje? Essa potência musical...
Não mesmo. Hoje eu entendo que a música é meu dom. Nasci pra isso, mas nem sempre foi assim. Eu nem imaginava que podia cantar, quanto mais que fosse me tornar uma das pessoas mais ouvidas do meu país! Sou grato por ter sido escolhido por Deus e pela música para mudar a minha história e a de tantas outras pessoas.
Você também compõe? Se sim, quais suas inspirações na hora de escrever?
Sim! Componho, produzo e canto as minhas músicas. Minhas inspirações estão em todos os lugares. Não tenho hora nem lugar pra criar. Na minha cabeça tudo vira música.
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Tem algum feat que ainda realizou mas sonha fazer?
Tenho muita vontade de ter uma música com o Post Malone. Admiro muito o trabalho dele e depois do nosso encontro no Lollapalooza, em 2019, esse desejo só aumentou! Meu maior objetivo é levar o funk pro mundo! A Cardi B também é uma pessoa com quem sonho trabalhar.
Nos bastidores você costuma sofrer preconceito por ser funkeiro?
Eu sempre fui isso aí né, funkeiro, favelado e nunca abandonei minha raiz. Graças a Deus hoje sou respeitado pelo meu trabalho, mas muita gente já desacreditou.
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Pensa em carreira internacional? Já tem algum planejamento pra isso?
Sim! Meu maior objetivo é levar o funk pro mundo, pro máximo de lugares possíveis. Já tenho algumas parcerias e projetos sim no exterior... Coisas ainda para esse ano!
Quanto ao Kevin por trás dos microfones. Casado? Solteiro? Filhos?
Eu sou muito reservado com a minha vida pessoal. Tenho um filho lindo, o Bryan. Ele é o amor da minha vida e depois que ele nasceu procuro preservar ainda mais esse lado.
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Na sua geladeira, o que não pode faltar de jeito nenhum?
Whisky (risos). De preferência Jack Daniel's. Aquele de maçã verde que é o aço.
Uma curiosidade sobre você que pouca gente ou ninguém sabe?
Como não exponho tanto esse lado, poucas pessoas sabem que sou pai!
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Na sua opinião, qual o lado ruim da fama?
Sem dúvida a exposição excessiva. Eu sempre fui muito tímido e reservado e hoje minha carreira tomou uma proporção que 'me obriga' a trabalhar esse aspecto. Para mim tudo relacionado aos holofotes é bem desafiador sempre.
Como costuma ser sua relação com os fãs?
Eu sou muito grato a eles, nosso contato maior era nos shows. Eles iam ao camarim sempre, e agora como a pandemia tirou isso da gente, eu procuro interagir com eles nas redes sociais. Faço muito isso pelo Twitter.
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Se não fosse cantor, o que você teria feito da vida?
Prefiro nem pensar nisso. A realidade das pessoas de onde eu vim na maioria das vezes leva pro lado errado. A música me salvou e eu só poderia ser isso: músico!
Como tem lidado com a crise na música provocada pela pandemia?
Transformei meu estúdio numa casa. Hoje tenho a minha 'Funk House' que tem tudo o que eu preciso pra poder ficar sempre por lá. Coloquei na minha cabeça que não posso parar de produzir e trabalhar pra continuar vendo a roda girando.
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Precisou demitir equipe ou fazer alguma reformulação?
Todos as pessoas fixas da minha equipe se mantiveram. Graças a Deus conseguimos manter, porém, quem estava no corre dos shows, infelizmente, está agora parado. Sem show não tem trampo. A conta não consegue fechar.
O que dizer para quem um dia te subestimou?
'O meu Senhor me ajudou, aonde que eu vou, não estou sozinho'. Essa frase é da minha música 'Funkeiro Sim' que é exatamente uma resposta pra quem subestimou a nós, que viemos da favela, que acreditamos no funk. O preto, favelado, funkeiro tá no topo. Nem pra esquerda nem pra direita: pra cima!
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Sua família te apoiou quando você decidiu seguir na carreira artística?
Sim! Sempre tive meus irmãos, minha avó e meus pais comigo me incentivando. O maior diferencial da minha carreira foi ter tido as pessoas que acreditaram em mim. Meus empresários e minha equipe também são como minha família.
Como você define seu estilo de vida e de se vestir?
Descomplicado. Eu sou tranquilão com tudo. Quanto menos complicação, melhor. Gosto de estar bem vestido, de estar com as minhas joias, meus tênis, mas tudo para mim tem que ser descomplicado (risos).
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Pensa em carreira na TV, como outros cantores já fizeram?
Não, meu negócio é música mesmo. Eu sou tímido demais pra exposição que uma carreira na TV exige (risos).
O que te move?
Minha fé em Deus, meu filho e a música. São minhas principais razões para continuar trabalhando e colocando forças nos meus sonhos sempre, independente das dificuldades.
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O que  te tira do sério?
Injustiça.
E a expectativa para voltar aos palcos? Já tem algum planejamento pra isso?
Está máxima! Nada se compara a essa energia. O palco é o lugar mais feliz pra um artista. Tenho planos de fazer shows no exterior que já estavam marcados antes da pandemia e agora vão poder acontecer e espero que aqui no Brasil a vacina também chegue logo para todos e possamos voltar a trabalhar com segurança.