Por Padre Omar
Neste primeiro domingo depois do Natal a Igreja convida a celebrar a festa da Sagrada Família de Nazaré. De fato, os presépios nos mostram Jesus com Nossa Senhora e São José, na gruta de Belém. Deus quis nascer em família humana, quis ter mãe e pai, como nós. Recentemente, o Papa Francisco instituiu o Ano de São José, através da Carta Apostólica Patris Corde “Coração de Pai”.
Esta carta é cheia de afeto e nasce do coração paternal de Francisco que nos convida a conhecer melhor o pai adotivo do Senhor e a sua importância no plano salvífico de Deus. O Papa Francisco recorda na carta tantos pais que, infelizmente, não conseguem oferecer nem mesmo o básico aos filhos. José retorna a Nazaré e lá, ensina o menino Jesus a trabalhar, a entender a dura realidade da vida. A carta do Papa também traz belíssima constatação: o fato de Jesus ser tão respeitoso com as mulheres, homem de oração e próximo aos mais sofredores nos revela a figura do pai que teve, com quem aprendeu tudo isso.
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José é pai presente. Ele não compreendeu tudo, ele acolheu tudo. José não se impôs na vida do filho, mas ele acompanhou Jesus na escolha do seu próprio caminho. A paternidade, que renuncia à tentação de decidir a vida dos filhos, sempre abre espaço para o inédito. Cada filho traz um mistério, algo de novo que só pode ser revelado com a ajuda de um pai que respeita a sua liberdade. Um pai sente que completou a sua ação educativa e viveu plenamente a paternidade quando vê que o filho se torna autônomo e caminha sozinho.
Todas as vezes que nos encontramos na condição de exercitar a paternidade devemos nos lembrar que nunca é exercício de posse, mas sinal que remete para uma paternidade mais alta. Como diz o Papa, estamos sempre todos na condição de José: sombra do único Pai celeste; e sombra que acompanha o Filho.