O Papa Francisco muito tem falado sobre como o mundo enxerga e cuida dos idosos. Para ele, a troca entre as gerações é fundamental para um amadurecimento respeitoso. Nesse sentido, no ano passado, o Papa instituiu o Dia Mundial dos Avós e Idosos, e prepara uma mensagem atual sobre o tema.
Nela, ele destaca que muitas pessoas têm medo da velhice. Consideram-na uma espécie de doença com a qual é melhor evitar qualquer tipo de contato. É a cultura do descarte: aquela mentalidade que, enquanto nos faz sentir diversos dos mais frágeis e alheios à sua fragilidade, conseguimos imaginar caminhos separados entre nós e eles. Mas, na realidade, uma vida longa – ensina a Sagrada Escritura – é uma bênção.
A velhice constitui uma etapa que não é fácil de entender, mesmo para aqueles que já a vivem. Embora chegue depois de um longo caminho, ninguém foi preparado para enfrentá-la; parece chegar de surpresa.
O fim da atividade laboral e os filhos já autônomos fazem esmorecer os motivos pelos quais se gasta muita energia. A consciência de que as forças diminuíram ou o aparecimento de uma doença, podem pôr em crise as certezas. O mundo com os seus ritmos acelerados, que é difícil acompanhar, parece não deixar alternativa, e leva a interiorizar a ideia do descarte.
Por isso, é importante aprender a viver uma velhice ativa, inclusive do ponto de vista espiritual. E, para além da relação com Deus, cultivar as relações com os outros. Antes de mais nada com a família, os filhos, os netos, a quem se oferece o afeto cheio de solicitude. E que são aqueles capazes de preencher o coração dos avós.