Padre18junARTE O DIA

Uma das principais características da vida familiar, que se aprende desde os primeiros anos de vida, é o convívio. Isto é, a atitude de partilhar os bens da vida e se sentir feliz por isso. Saber partilhar é uma virtude preciosa, mas que infelizmente está se perdendo
na correria do cotidiano.
O símbolo maior do convívio fraterno é a família reunida ao redor da mesa. A partilha da refeição — e, portanto, além do alimento, também dos afetos, dos acontecimentos, dos sentimentos — é uma experiência fundamental.
Todos sabem que o Cristianismo tem uma especial vocação para o convívio. Jesus ensinava de bom grado à mesa, e às vezes representava o reino de Deus como um banquete festivo. Jesus escolheu a mesa também para confiar aos discípulos o seu testamento espiritual — fez durante uma ceia — com o gesto memorial do seu sacrifício: o seu Corpo e o seu Sangue como alimento e bebida de salvação, que nutrem o amor verdadeiro e duradouro.
O convívio é um termômetro garantido para medir a saúde das relações: se em família existe algum problema, ou uma ferida escondida, à mesa percebemos imediatamente. Também uma família que raramente faz as refeições unida, ou quando à mesa não se fala, é uma família doente.
Os pais precisam estar atentos para que os filhos não transformem o lar em pensão. À mesa se fala e se ouve. Nada de silêncio, aquele silêncio do egoísmo, em que cada um está sozinho, ou com a televisão ou com o computador.
É preciso recuperar o convívio familiar adaptando-o aos tempos. Não podemos proibir a imersão dos filhos no ambiente virtual, mas devemos ensina-los a valorizar o presencial. E que existe o momento certo para tudo. Rezemos para que o convívio familiar possa cada vez mais crescer e amadurecer. Assim seja!